Petrobras deve fazer aporte de R$ 250 milhões na Guarani em outubro
04-08-2015

O diretor da Divisão de cana-de-açúcar da Tereos Internacional, Jacyr Costa Filho, informou que a Petrobras Biocombustível deverá repassar em outubro R$ 250 milhões à Guarani, no último aporte do investimento acertado para os últimos cinco anos. Segundo ele, a estatal não manifestou nenhum interesse em abandonar a parceria com o grupo sucroalcooleiro. "Não temos conhecimento sobre isso", disse ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, nos bastidores do 14º Congresso Brasileiro do Agronegócio, em São Paulo.
O acordo entre Petrobras e Tereos foi fechado em 2010. Na época, a estatal se comprometeu a repassar R$ 1,6 bilhão durante um período de cinco anos, ao final do qual deteria quase 46% da Guarani, controlada pelo grupo francês.
As dificuldades financeiras enfrentadas pela petroleira, entretanto, levantaram dúvidas a respeito da continuidade dessa participação. Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo da semana passada, por exemplo, revelou que a Petrobras tem um plano de desinvestimento que prevê a descontinuidade da área de biocombustíveis até o final de 2018.
A Guarani tem sete usinas no noroeste paulista, com capacidade para processar até 23 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por temporada. No atual ciclo, iniciado em abril, os trabalhos das unidades foram prejudicados por chuvas em excesso nos meses de abril e maio, mas ainda assim o cronograma de safra está mantido. "Devemos encerrar entre o final de novembro e o início de dezembro", disse o executivo, acrescentando que em junho e julho a moagem se recuperou, com mais de 3 milhões de toneladas por mês.
Na próxima quarta-feira, 5, a Tereos divulga os resultados financeiros referentes ao primeiro trimestre do ano-safra 2015/16, que engloba os meses de abril, maio e junho. Os dados sairão após o fechamento dos mercados.
Açúcar
Costa Filho afirmou ainda que os preços internacionais do açúcar devem começar a subir a partir deste semestre. Conforme ele, os estoques tendem a baixar e, além disso, a produção de países como Índia e Tailândia pode ser menor - nessas nações, a safra se inicia em outubro.
Sobre a disparada do dólar ante o real, o executivo afirmou que, embora positiva para a exportação de açúcar, também significa aumento de custos em "fertilizantes, defensivos e demais produtos químicos" para o setor sucroalcooleiro.