Plano assumido pelo Brasil na COP21 pode gerar oportunidades, mas não pode ficar só no discurso
01-12-2015

O Brasil já é uma referência mundial em energias renováveis. Exemplo disso é a importância do etanol e do biodiesel para a matriz energética brasileira. Somente o biocombustível da cana-de-açúcar e a posição da energia hidrelétrica como maior fornecedora de eletricidade do país, num ranking em que a biomassa, a eólica e a solar têm ganhado cada vez mais espaço. 

O país é destaque ao apresentar matriz energética com cerca de 40% de participação de fontes renováveis, contra uma média mundial de apenas 13%. Segundo a Unica (União da Indústria de Cana-de-açúcar), dois produtos advindos da cana-de-açúcar, o etanol e a energia a partir da biomassa, são responsáveis por 40% de toda energia renovável ofertada internamente no país.
Na 21ª conferência das Nações Unidas sobre mudança do clima (COP21), em Paris, a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, disse que todas as fontes de energias renováveis terão sua participação ampliada na matriz energética do país, até alcançar, em 2030, 45%. Segundo o plano apresentado pela presidenta, a energia elétrica a partir de fontes renováveis deve ser ampliada. Já a participação dos biocombustíveis na matriz energética brasileira deve atingir 18% em 2030, o que tende a elevar o consumo de etanol combustível dos atuais 28 bilhões de litros por ano para cerca de 50 bilhões em 2030.
A posição do governo brasileiro frente ao desafio global de redução das emissões de gases causadores do efeito estufa abre uma grande oportunidade para o setor sucroenergético manter posição de destaque na matriz energética brasileira. De acordo com o Plano Decenal, 70% dos investimentos de energia do Brasil são para combustíveis fósseis, prevendo chegar em 2030 com participação de energias renováveis muito parecida com o patamar que o país possui hoje, segundo Carlos Rittl, secretário-executivo do Observatório do Clima.
Será que Dilma vai mudar o Plano Decenal. Mais do que isso, o governo federal estaria disposto a criar as políticas públicas necessárias para viabilizar o compromisso brasileiro assumido na COP21?
Para permitir que os produtos da cadeia sucroenergética mantenham posição de destaque na matriz energética nacional o país precisa muito mais do que discurso. O Brasil precisa de um projeto, e de políticas públicas contundentes, que deem confiança para o investidor.
“É muito bonito a presidenta ir a Paris, assumir o compromisso de baixar as emissões, mas o problema é no final a conta disso ficar para nós, empresários do setor”, dispara uma liderança do setor sucroenergético.


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