Plano de manejo da cana pode ser a solução para que o fogo iniciado por criminosos não chegue às redes de alta tensão
24-02-2015
Representantes da Energisa, das empresas açucareiras do estado, do Sindicato da Indústria de Fabricação do Álcool e do Açúcar (Sindalcool) e da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan) reuniram-se na última quinta-feira para debater uma solução para a interrupção no fornecimento de energia elétrica por causa das queimadas em canaviais. Durante o encontro, o grupo chegou à conclusão de que o fogo que atinge as redes de alta tensão 69 kV é criminoso e pode ser evitado, cortando-se a cana que fica próxima às redes. Quem representou a Asplan na oportunidade foi o seu diretor secretário, Pedro Jorge Coutinho.
O evento aconteceu na sede da Energisa, em João Pessoa. Uma equipe da empresa abriu os trabalhos apresentando o desenho de suas redes de alta tensão localizadas no litoral norte aos representantes das usinas, da Asplan, e do Sindalcool, representada por seu presidente, Edmundo Barbosa. Comandada pelo assessor da presidência da Energisa, José Araceli, a equipe mostrou um histórico de desligamentos.
Segundo as informações apresentadas, os danos à rede elétrica têm acontecido principalmente no período que vai de agosto a fevereiro – época mais seca - durante o dia e nos finais de semana, o que comprova a intenção criminosa, visto que não há fogo programado para corte de cana nesse horário e dias.
Uma solução que o grupo encontrou foi a de realizar um estudo para o manejo da cana próxima 15 metros às redes de alta tensão, principalmente nos trechos que mais chamam a atenção pelo histórico de desligamentos, que são: Santa Rita – Sapé (29 km); Rio Tinto – Mataraca (24 km); Goiana – Caaporã (17 km); Mamanguape – Jacaraú (21 km); e Santa Rita – Usina Japungu (2 km).
De acordo com o diretor Secretário da Asplan, Pedro Jorge Coutinho, esse manejo pode ser feito com o corte da cana mais cedo e com os produtores plantando variedades precoces. “O fogo para o corte da cana é feito sempre à noite e em dias de semana. Temos, fornecedores de cana e empresas, somados, mais de mil boletins de ocorrência, estes devidamente registrados na polícia, em razão de incêndios criminosos inadmissíveis, que nos custa enormes prejuízos devido à falta de programação e de acerto de preços de moagem e idade ideal da cana as quais ainda não alcançaram os níveis ideais de ATR”, explicou.
O estudo será elaborado por técnicos das empresas açucareiras e pela Asplan. Entre os dias 20 e 30 de março, representantes da Energisa, empresas açucareiras, Asplan e Sindalcool voltarão a se reunir novamente para planejar ações. A ideia é que o plano de manejo já seja aplicado nestes trechos na próxima safra.