Pragas discretas, danos profundos: pulgões, saúvas e lagarta-elásmo desafiam a produção de cana
O cultivo de cana-de-açúcar enfrenta desafios constantes com pragas silenciosas que podem comprometer safras inteiras. Durante o InsectShow – Pragas Estranhas, em Ribeirão Preto-SP, o consultor Luiz Carlos de Almeida destacou três ameaças recorrentes: pulgões, formigas cortadeiras (saúvas) e a lagarta-elásmo, exigindo estratégias integradas de controle.
As saúvas são um dos maiores desafios no campo. Com ninhos profundos e organização complexa, formam castas de operárias e indivíduos sexuados que fundam novas colônias. A identificação pode ser feita até pelo cheiro: a saúva-limão tem aroma cítrico. Entre as espécies comuns estão a cabeça de vidro (vermelha), a mata-pasto (com módulo plano) e a atta capiguara. Seu ciclo dura cerca de 65 dias e o controle envolve iscas granuladas (menos eficazes na chuva) ou inseticidas líquidos aplicados diretamente nos olheiros.
A lagarta-elásmo (Elasmopalpus lignosellus), conhecida como lagarta elétrica, ataca plantas jovens em solos arenosos e secos, com maior incidência após queimadas. Ágil e difícil de capturar, tem ciclo de 30 a 60 dias e até 5 gerações anuais. Uma fêmea pode colocar até 121 ovos. Os danos incluem “coração morto” da cana, falhas de brotação e desuniformidade dos perfilhos. O controle envolve boa brotação, irrigação em períodos secos, inseticidas específicos e manejo adequado da colheita.
Os pulgões, distribuídos mundialmente, são velhos conhecidos do setor. No Brasil, as principais espécies são Melanaphis sacchari, Rhopalocifum maís e Siphaflava. Com apenas 1,5 a 2 mm, sugam a seiva e excretam melada, favorecendo fungos e transmitindo doenças como o mosaico. Uma fêmea pode gerar até 10 ninfas por dia por partenogênese. O controle inclui inimigos naturais como joaninhas e uso de inseticidas seletivos.
Apesar do tamanho reduzido, essas pragas exigem monitoramento constante e manejo técnico para evitar perdas significativas no canavial.
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