Preço do açúcar mantém positivo saldo da balança comercial da região de Ribeirão Preto desde 2015
14-03-2017

Ano de 2016 marca três anos de queda nas exportações brasileiras, sendo os Estados Unidos o país com maior retração

As exportações da Região Administrativa de Ribeirão Preto (RARP), de janeiro de 2016 a janeiro de 2017 foram significativamente superiores às importações em todo o período considerado, gerando um relevante saldo positivo em a balança comercial.

É o que mostra o boletim de Comércio Exterior de Fevereiro de 2017 do CEPER/FUNDACE, que traz informações sobre a evolução da balança comercial do Brasil, estado de São Paulo, Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), Ribeirão Preto e Sertãozinho, além dos dados da RARP.

De acordo com os pesquisadores do CEPER, o saldo da balança comercial da região de Ribeirão Preto tem sido crescente devido ao aumento do preço do açúcar desde meados de 2015.

De acordo com o Instituto de Economia Agrícola (IEA) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do estado de São Paulo, o agronegócio paulista apresentou um crescimento de 64% das exportações na comparação entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, ao passo que o crescimento das exportações totais do estado foi de 36,4% no mesmo período.

O desempenho paulista, como mostra o boletim da Fundace, foi bem superior às exportações brasileiras do agronegócio (crescimento de 64% contra 17,9%) visto que o preço de outras commodities que são importantes na pauta de exportação brasileira não experimentaram o mesmo crescimento do açúcar no mercado internacional, apontam os pesquisadores.

No município de Ribeirão Preto, as exportações e importações oscilaram bem mais do que na região, mas com tendência de queda no período analisado. “Os produtos industrializados exportados pelo município têm sofrido com a fraca economia internacional, enquanto que as importações apresentaram queda pelo fraco desempenho econômico regional”, explica o pesquisador do Ceper e coordenador do boletim Comércio Exterior, Luciano Nakabashi.

Outros dados – A balança comercial paulista iniciou o ano positiva e tem se comportado assim desde outubro do ano passado. A melhora se deve à recuperação do preço das commodities agrícolas, queda das importações e depreciação cambial.

Por outro lado, o saldo da balança comercial da RMSP permanece negativo, sendo o resultado de uma maior concentração de produtos industrializados na referida região, visto que o país apresenta um déficit neste setor. Os produtos industrializados produzidos no país são, sobretudo, destinados ao atendimento do mercado interno, com grande importação de peças, insumos, máquinas e equipamentos, além de produtos industrializados para consumo final.

A partir de 2015, o Brasil voltou a apresentar elevados superávits comerciais em decorrência da depreciação cambial que estimulou as exportações, mas o principal fator foi a queda das importações em decorrência da crise econômica nacional.

A China mantém-se como o principal país comprador dos produtos brasileiros desde 2014. Naquele ano, o valor exportado para a China chegou quase a US$46 bilhões, reduzindo para US$34 bilhões, em 2016. “Essa tendência é decorrente de uma forte queda no preço de várias commodities que são importantes na estrutura produtiva brasileira, sendo que a China é o principal mercado da maioria delas”, explica Nakabashi.

As exportações para os outros países também têm experimentado retração, conforme dados do ALICE – Web (Análise das Informações de Comércio Exterior), da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O ano de 2016 marca três anos de queda nas exportações brasileiras, sendo o Estados Unidos o país com maior redução, o que está relacionado ao mercado externo complicado também para os produtos industrializados.

“A queda das exportações mostra que a melhora na balança comercial brasileira tem ocorrido, basicamente, pela retração das importações, sendo esta influenciada pela depreciação do real e da forte crise pela qual atravessa a economia brasileira”, conclui o coordenador do Boletim.
Acesse o Boletim Comércio Exterior na íntegra no site da Fundace neste link: https://www.fundace.org.br/_up_ceper_boletim/ceper_201702_00269.pdf