Preço do etanol sobe em julho, enquanto açúcar permanece estável
09-07-2024
Cotações do biocombustível estão em alta há quatro semanas
Por Marcelo Beledeli — Porto Alegre
No início de julho, os derivados da cana-de-açúcar tiveram movimentos diferentes no mercado. Enquanto o etanol segue uma trajetória de alta que já era verificada em junho, o açúcar apresenta estabilidade, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP.
Os preços dos etanóis estão em alta há quatro semanas no mercado spot do estado de São Paulo. De acordo com o Cepea, além da demanda aquecida pelo biocombustível, que se mostra competitivo frente à gasolina C, agentes de usinas seguem firmes nos valores pedidos em novos fechamentos.
Também contribuem para sustentar as cotações o elevado valor do açúcar no mercado internacional e o dólar, à medida que esse cenário tende a levar usinas a direcionarem um maior volume de cana-de-açúcar à produção do alimento em detrimento do biocombustível.
De 1 a 5 de julho, o indicador Cepea/Esalq do etanol hidratado apresentou o preço médio de R$ 2,5337 por litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins), aumento de 2,72% frente ao do período anterior. Para o anidro, a alta foi de 6,32%, para R$ 2,9077 por litro.
Ainda assim, os atuais patamares seguem abaixo dos registrados em anos anteriores. Os indicadores mensais de junho do hidratado e do anidro foram os menores das últimas três safras para o período, em termos reais (deflacionamento pelo IGP-M de junho).
Já os preços médios do açúcar cristal branco iniciaram julho sem grandes variações, com a saca de 50 quilos oscilando entre R$ 132 e R$ 133. Segundo o Cepea, usinas procuraram manter firmes os valores de suas ofertas, já que a demanda se mostrou um pouco mais aquecida.
Apesar das vendas estáveis para o varejo, pesquisadores do Cepea explicam que compradores adquiriram novos lotes do cristal no mercado doméstico, diante da possibilidade de valorizações maiores, com as recentes altas internacionais do açúcar demerara e da taxa de câmbio.
Além disso, há rumores de que possa ocorrer quebra de safra na atual temporada de cana-de-açúcar (2024/25), devido ao clima seco predominante no estado de São Paulo, o que pode comprometer a oferta do adoçante.
Fonte: Globo Rural