Preços do etanol fecham em baixa; ANP: queda afetou 16 estados
14-04-2015

Os preços do etanol fecharam em queda tanto nos índices medidos pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq), da USP, quanto no contrato diário medido pela Esalq/BMFBovespa, que teve o biocombustível negociado na última sexta-feira (10), em R$ 1.196,50 o metro cúbico, baixa de 0,13% no comparativo com a véspera.

Na semana de 6 a 10 de abril, o etanol anidro, segundo o Cepea/Esalq, desvalorizou 1,26%, sendo comercializado pelas usinas paulistas a R$ 1,3365 o litro, contra R$ 1,3534 da semana anterior.

Já o etanol hidratado, usado diretamente nos carros originalmente a álcool e nos motores flex, a desvalorização foi 0,17%, com negócios firmados em R$ 1,2568 contra R$ 1,2589 da semana anterior.


ANP

A ANP apurou que os preços do etanol na semana de 5 a 11 de abril, caíram em 16 estados e subiram em 10 e no Distrito Federal. A maior alta ocorreu no estado do Mato Grosso, com 1,10% no comparativo com a semana anterior. Já a maior baixa ocorreu no Amapá, com queda de 3,33% no comparativo das duas semanas.

Considerando apenas os aspectos econômicos, o etanol continuou mais competitivo perante a gasolina nos estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná e São Paulo.

O menor preço de etanol apurado pela ANP foi em um posto no estado de São Paulo, onde o biocombustível foi comercializado a R$ 1,669 o litro. Já o maior preço encontrado foi em um posto do Amazonas, a R$ 3,600 o litro.


Análise

Para o consultor Arnaldo Luiz Corrêa, da Archer Consulting, o crescimento do mercado de combustíveis no Brasil é mais robusto que o mercado de açúcar. "No período de dez anos, o consumo de combustível no país cresceu em média 7.6% anualmente. Ou seja, num ritmo que o faz dobrar em pouco mais de nove anos e meio. E existe aí uma enorme chance de o Brasil crescer no consumo de etanol. Hoje, a participação do etanol seja diretamente na bomba (hidratado) ou na gasolina (misturada com o anidro na proporção de 25%) soma 42%. No final de 2009, essa participação chegou a 54.5% e só não se manteve pelos fatores conhecidos por todos do setor: a falta de transparência do governo federal na formação de preços dos combustíveis que não apenas tirou de combate o etanol por falta de competitividade em relação à gasolina com preço artificialmente baixo, mas também colocou para correr os investidores que não viam fechar a conta de possíveis novos investimentos no setor".

Rogério Mian