Prejuízo líquido da Tereos caiu 17,9% na safra 2015/16
02-06-2016

A recuperação dos preços do açúcar e do etanol a partir de meados do ano passado permitiu apenas uma redução do prejuízo da sucroalcooleira francesa Tereos Internacional, dona da marca Guarani no Brasil. A companhia registrou um prejuízo líquido de R$ 127 milhões na safra 2015/16, 17,9% a menos do que na temporada anterior (2014/15). Em comunicado, a empresa informou que o resultado foi influenciado principalmente pela desvalorização do real ante o dólar no período.

A companhia, que detém participação em operações de açúcar e etanol no Brasil, na Europa, na África e no Oceano Índico, obteve uma receita líquida de R$ 10,2 bilhões, um aumento de 27% em comparação ao faturamento da safra anterior. O crescimento refletiu a melhora das receitas em todos os segmentos.

No Brasil, a receita cresceu 19% na comparação com o ciclo precedente, para R$ 2,781 bilhões. As usinas controladas pela Tereos no país reduziram o volume de cana processada, para 19,64 milhões de toneladas, por conta das chuvas elevadas no fim da safra. Mesmo assim, a empresa aumentou sua produção de açúcar em solo nacional, que somou 1,444 milhão de toneladas, e principalmente sua fabricação de etanol, que alcançou 678 milhões de litros.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado subiu 51%, para R$ 1,169 bilhão, enquanto a margem Ebitda cresceu 1,9 ponto percentual, para 11,5%.

A Tereos atribuiu sua melhora operacional não somente à recuperação dos preços do açúcar e do etanol no Brasil, como também à consolidação integral da usina Vertente, no município paulista de Guaraci, na qual detém agora participação de 50%.

Por outro lado, houve um aumento das despesas financeiras líquidas, que cresceram 22%, para R$ 288 milhões, impactadas pela variação cambial.

A sucroalcooleira reportou ainda que seu endividamento líquido cresceu na safra passada, encerrando o ciclo em R$ 5 bilhões, contra R$ 4,3 bilhões no fim da temporada anterior. Em comunicado, a empresa explicou que esse aumento foi reflexo da incorporação da usina Vertente e da depreciação da moeda brasileira. Do total da dívida, 60% é denominada em dólar americano e 24% em euro.

Ainda assim, houve melhora na alavancagem (relação entre Ebitda e dívida líquida), que passou para 4,3 vezes em 31 de março de 2016, ante 7,2 vezes no fim da safra passada.