Presidente do Ceise Br tem boas expectativas para 2016: “a curva, que só vinha caindo, começa a subir”
02-02-2016

Segundo Paulo Gallo, presidente do Ceise Br, nos últimos quatro, cinco anos, a curva foi de redução contínua da atividade econômica. “Sertãozinho, nos últimos dois anos, perdeu pouco mais de dois mil postos de trabalho. Um número grande para uma cidade deste porte. Isso também aconteceu em Piracicaba e outras regiões que têm relação forte com o setor.”
Mas o final de 2015 foi marcado pela mudança desse quadro com a interrupção da queda contínua dessa curva. E 2016 promete ser um ano diferente dos anteriores, com a melhor remuneração dos produtos do setor. “Isso traz uma expectativa melhor. Depois de quatro, cinco anos com a curva somente indo pra baixo, a curva [da atividade econômica] começa a tomar outra direção.”
Um fator atípico nesse ciclo 2015/16 é a entressafra muito curta. Mesmo no final de janeiro e início de fevereiro, várias usinas que teriam terminado o ciclo em novembro ainda estão moendo.
Isso atrapalha muito as empresas associadas ao Ceise Br, uma vez que aquela manutenção que deveria ser feita, não está. Além disso, as usinas, na média, deverão antecipar a próxima safra, muitas delas começando a moer em março. Ou seja, muitas unidades não terão tempo hábil para fazer a manutenção ou fazê-la como deveria.
Para a indústria de base do setor, o período de manutenção foi nos últimos anos uma época importante de entrada de recursos, o que está caiu drasticamente nessa entressafra.
No entanto, apesar da queda dos serviços de manutenção, Gallo enxerga com otimismo o futuro, uma vez que as unidades, com todo esse esforço para esticar o período de moagem e antecipar a safra 2016/17 – motivadas tanto pelo bom volume de cana bis, assim como pelo desejo de aproveitar os preços “que estão convidativos” -, tenderão a equilibrar suas contas e, no caso de alguns grupos, poderão se capitalizar.
“Com a entrada maior de recursos no caixa das usinas, isso certamente vai ter boa consequência pra indústria de base”, diz Gallo, que acredita que a partir do segundo semestre os grupos sucroenergéticos e investidores retomarão investimentos novos, reativando toda a cadeia de produtos e serviços.
“Oferecer manutenção é importante para as empresas, mas é uma atividade paliativa. O importante para esta indústria de base é carteira de pedidos e projetos novos.” Mas, segundo ele, mesmo com a melhora da remuneração que se verifica agora, “sabemos que essa recuperação demora certo tempo pra acontecer. Mas o bom de tudo isso é que a curva, que vinha sempre pra baixo, agora começa a subir.”

Veja mais notícias na Revista CanaOnline, visualize no site ou baixe grátis o aplicativo para tablets e smartphones – www.canaonline.com.br.