Produção de cana em Mato Grosso do Sul surpreende e avança 5,1%
07-05-2018

Na contramão do País, que sofre terceira queda, Estado terá 49,3 mi de toneladas na safra

Por DANIELLA ARRUDA

De acordo com o documento da Conab, Estado deve continuar com produção aquecida - Valdenir Rezende / Correio do Estado

Produção de cana-de-açúcar deverá ter avanço de 5,1% em Mato Grosso do Sul e alcançar 49,34 milhões de toneladas na safra 2018/2019. A estimativa é do primeiro levantamento de safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado ontem. No ciclo anterior, a produção fechou em 46,94 milhões de toneladas no Estado.

De acordo com a pesquisa, a produtividade da cultura também deve ter crescimento, saindo de 70.480 quilos por hectare na safra 2017/2018 para 74.770 quilos por hectare na safra 2018/2019 (+6,1%). Já a área colhida está projetada em 660 mil hectares, redução de 0,9% em relação ao ciclo anterior, de 666 mil hectares.

A produção de açúcar no Estado teve aumento de 14%, passando de 1,49 milhão de toneladas na Safra 2017/2018 para 1,70 milhão em 2018/2019. A produção de etanol a partir da cana-de-açúcar também cresceu: foi de 2,63 milhões de litros para 2,77 milhões de litros na última safra, variação positiva de 5,3%.

Conforme a Conab, em Mato Grosso do Sul há a intenção de maior aporte tecnológico, resultado da expectativa de melhor preço do etanol no mercado interno. Além disso, a expectativa é de que o mercado continue aquecido, porque, além da reação dos preços, foi criada a Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio), o que deve servir de estímulo ao setor sucroenergético. “Estes eventos favoráveis proporcionam a manutenção da área a ser colhida, com redução de apenas 0,9%”, destaca o documento.

PAÍS

A produção nacional de cana-de-açúcar deverá ter uma queda de 1,2% e chegar a 625,96 milhões de toneladas na safra 2018/2019, segundo o primeiro levantamento da safra da Conab.

Caso se confirme, será a terceira queda consecutiva na produção. Na safra 2017/2018, foram registradas 633,26 milhões de toneladas.

A área colhida está estimada em 8,61 milhões de hectares, um recuo de 1,3% em relação 2017/2018. Segundo a Conab, a queda é por conta da devolução de terras arrendadas. A rescisão de contratos com fornecedores também contribuiu para a queda dos índices já sinalizados no fechamento da safra anterior.

“Esta pequena redução de área está ligada à reorganização das próprias usinas, que passaram por dificuldades e agora estão se reorganizando”, disse o superintendente de Informações do Agronegócio da Conab, Aroldo Antônio de Oliveira Neto. “Essa redução está se dando nas áreas que não puderam ser mecanizadas”, afirmou o coordenador de Açúcar e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Cid Caldas.