Produção de petróleo no Brasil deve dobrar até 2023, prevê EPE
11-09-2014
A produção de petróleo do Brasil atingirá cerca de 5 milhões de barris por dia (bpd) até 2023, sendo que dois terços deverão ser extraídos do pré-sal, segundo o Plano Decenal de Energia divulgado nesta quarta-feira pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
Apesar de representar mais que o dobro da produção atual de petróleo do Brasil, de cerca de 2,2 milhões de bpd, a previsão da EPE é cerca de 500 mil barris/dia inferior ao total previsto no plano decenal anterior, para 2022, divulgado em dezembro do ano passado.
A EPE não divulgou dados comparativos e tampouco apresentou nesta quarta-feira motivos para a revisão na projeção.
Segundo o novo plano decenal, a demanda de petróleo do Brasil em 2023 alcançará 3,5 milhões de bpd, com excedente de 1,5 milhão de bpd para exportação.
A produção de etanol terá um crescimento menor do que a de petróleo, mas ainda assim aumentará 71,4 por cento.
"A crescente demanda de combustível pelos veículos ... levará ainda a um expressivo crescimento da oferta de etanol hidratado carburante à taxa média de 7,6 por cento ao ano", disse a EPE em nota..
Assim, acrescentou a EPE, a produção doméstica de etanol deverá crescer dos atuais 28 bilhões de litros para 48 bilhões de litros em 2023.
A previsão anterior, para 2022, era de uma oferta nacional de etanol de 53,8 bilhões de litros.
Investimentos Trilionários
O volume de investimentos associados à expansão projetada no PDE 2023 chega a 1,26 trilhão de reais ao longo dos próximos 10 anos.
Os investimentos previstos para a exploração e produção de petróleo e gás natural devem representar aproximadamente 62 por cento do total esperado, cabendo ao setor elétrico aproximadamente 24 por cento, enquanto a soma dos investimentos totais nas áreas de derivados de petróleo e de biocombustíveis deverá representar 14 por cento do volume total esperado para o período.
No plano para 2022, a EPE previa investimentos globais da ordem de 1,2 trilhão de reais, dos quais 22,6 por cento direcionados à energia elétrica; 72,5 por cento para petróleo e gás natural; e 4,9 por cento para biocombustíveis.
Roberto Samora