Produtor alagoano aposta no replantio e tratos culturais para “ressuscitar” áreas e alcançar alta longevidade

13-09-2021

Alguns canaviais da propriedade de Vinícius Cansanção Neto já estão no 14º corte. No dia 15 de setembro, às 19h, o produtor participará da live “O olho do dono engorda o canavial”

Leonardo Ruiz

Há mais 40 anos, a família do produtor rural Vinícius Cansanção Neto cultiva cana-de-açúcar em Teotônio Vilela, município alagoano que tem a cultura como base de sua economia. Nas últimas décadas, toda a matéria-prima produzida é enviada para a indústria da Usina Coruripe, que por muito tempo conduziu as operações de plantio e colheita das áreas. Apenas os tratos de soqueira eram realizados por Vinícius. No entanto, desde 2011, o produtor assumiu também as “rédeas” do plantio, visando elevar ainda mais a qualidade da operação.

Atualmente, a média de produtividade nos 750 hectares de canaviais da Fazenda Riacho do Meio é de 70 toneladas por hectare (TCH). O produtor explica que esses números podem parecer humildes à primeira vista, mas que são puxados para baixo pelas canas de final de safra (janeiro, fevereiro e março), que sofrem demais com a seca, mesmo com irrigação de salvamento. “Não conseguimos fazer irrigação plena. Contamos com pivôs e carreteis, mas apenas para salvação. Esse fato impacta demais a produção dessas áreas, principalmente quando a estiagem atinge níveis críticos.” Por outro lado, Cansanção Neto relata que as áreas de cana-planta e os canaviais de meio de safra atingem, facilmente, os três dígitos de produtividade.

Mas além de focar na alta produção, o canavicultor busca também a longevidade. Com áreas que alcançam de nove a 14 cortes, ele explica que o intuito é diminuir os gastos com plantio, operação mais cara da agroindústria canavieira. “Nos últimos quatro anos, a média de renovação na propriedade figurou na casa dos 8%.”

Entre os segredos para essa alta longevidade, destacam-se o uso de nematicidas biológicos, a aplicação de fungicidas foliares e micronutrientes, calcário e gesso em área total e controle pesado de pragas, entre elas a broca-da-cana e os cupins. “Mesmo com irrigação, a cana morreria sem todos esses cuidados, pois não teria raiz para buscar água em profundidade. Agora, com um sistema radicular robusto e bastante massa foliar, ela consegue se tornar até mais resistente a seca.”

O replantio também é constante na Fazenda Riacho do Meio, uma vez que apenas as áreas com mais de 20% de falhas vão para reforma. “Nesta operação, usamos o sistema de ‘toletão’, que consiste em enfiar uma cana inteira de forma manual no sulco e cortá-la em diagonal (45°) com duas gemas para dentro da terra.”

Veja vídeo explicativo do que é o replantio por toletão - https://youtu.be/gywkDvJs3Vo

Após tantos esforços, Cansanção Neto conta que já viu canaviais de baixa produtividade serem praticamente “ressuscitados”. “Já peguei uma área de quinto corte que, após um intenso trabalho de tratos e replantio, entregou 14 TCH a mais no ano seguinte.”

No dia 15 de setembro, às 19h, o produtor rural participará da live “O olho do dono engorda a lavoura”. O evento será transmitido ao vivo pelos canais digitais da CanaOnline (YouTube, Facebook e LinkedIn) e contará com a participação de:

* Alexandre Landim Garcia – Pecuarista e produtor de cana, milho e soja em Angélica/MS. É também presidente da Associação dos Fornecedores de Cana-de-Açúcar do Estado de Mato Grosso do Sul (SULCANAS);

* Vinícius Cansanção - Produtor rural na Fazenda Riacho do Meio, em Teotônio Vilela/AL

* Daine Frangiosi – Produtor Rural e diretor-presidente da Associação dos Fornecedores de Cana da Região de Campo Florido-MG (Canacampo)

* Hugo Cagno – Diretor- Executivo do Grupo Humus e da Usina Vertente, SP

* Leonardo Beltrão - Fazenda Chapéu de Couro, Coruripe, AL

Serviço

Live “O olho do dono engorda o canavial”

Realização: CanaOnline

Data e horário: Quarta-feira (15/09), das 19h às 20h40

Endereços: O evento será transmitido ao vivo nos canais digitais da CanaOnline:

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