Produtores canavieiros apostam na soja para turbinar seus solos e maximizar a rentabilidade
08-01-2018

Dados da CONAB apontam que a área plantada com soja em 2016/17 cresceu 2% em relação ao ciclo anterior, saindo de 33.251,9 mil hectares para 33.914,9 mil hectares. A produção avançou de forma mais significativa, de 95.434,6 mil toneladas para 114.095,8 mil toneladas no mesmo período. Alta de 19,5%. O maior estado produtor é o Mato Grosso, seguido do Paraná e do Rio Grande do Sul.

 São Paulo é apenas o oitavo maior produtor nacional, com uma produção de 3.047,3 mil toneladas nesta safra, aumento de 8,5% quando comparado ao ciclo passado. A maior região produtora do estado é Assis, seguida de Ribeirão Preto. A diferença é que, na segunda, a soja está quase 100% nas mãos de produtores de cana-de-açúcar, enquanto que, em Assis, são produtores exclusivos da leguminosa.

 Para o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja de São Paulo (Aprosoja São Paulo), Gustavo Ribeiro Rocha Chavaglia, este fato demonstra a força da cultura como alternativa para as áreas de reforma de cana-de-açúcar. “A soja já vem tomando os canaviais. Não apenas em Ribeirão Preto, onde 95% dos produtores a utilizam para rotação, mas também em outras áreas do Estado. Na região de Ituverava, por exemplo, a Usina Alta Mogiana é a maior fornecedora de soja dos armazéns.”

 Chavaglia afirma que, através da rotação com a leguminosa, o canavicultor consegue diversidade e otimização do recurso terra, gerando melhorias no solo, quebrando ciclo de pragas e doenças e agregando renda.

 Embora seja presidente de uma associação de produtores de soja, Chavaglia é, por natureza, produtor canavieiro. Mas planta a leguminosa em áreas de renovação de sua propriedade, que totaliza 200 hectares na região paulista de Ituverava, e também em áreas vizinhas arrendadas de outros agricultores. No ano passado, plantou 90 hectares de soja. Em uma das áreas, a produtividade foi de 85 sacas/ha enquanto que, na outra, o número foi um pouco menor: 70 sacas/ha. “Desde corrigido o solo e feito os tratos culturais adequados, é possível conseguir altas produtividades mesmo em solos canavieiros.”

 A cerca de 100km da fazenda de Gustavo Chavaglia, encontramos outra propriedade, cujo produtor também aposta na soja para maximizar seus resultados. José Odilon de Lima Neto, presidente da Associação Rural Vale do Rio Pardo (Assovale), possui 550 hectares em Jardinópolis, SP. Na época em que seu pai controlava a área, os canaviais que iam para reforma eram arrendados para produtores de amendoim. Quando assumiu o negócio, José Odilon colocou fim a essa prática. Achava melhor rotacionar a cana ele mesmo. Só que não mais com amendoim. Mas com soja. “Não só pela renda, que é bem maior do que a recebida pelos arrendamentos, mas também pelos benefícios agronômicos, que, na minha opinião, são melhores do que os do amendoim.” Ele destaca também que, agora, a fazenda tem mais vida do que nunca. “A propriedade não para mais. Tem atividade o ano inteiro. Além disso, eu passei a entender de uma outra cultura que não apenas a cana-de-açúcar.”

 Desde que adotou essa prática, José Odilon planta anualmente, cerca de 100 hectares com soja nas áreas de renovação. A produtividade na última safra foi de 60 sacas/ha. Totalmente estruturado - com plantadeiras e colheitadeiras próprias -, o produtor confia na tecnologia para alcançar bons números de produção. A plantadeira, por exemplo, possui o que há de mais moderno no mercado, como controle de adubação e de profundidade e número de sementes, além de ser tracionada por um trator dotado de GPS, visando uma simetria perfeita no plantio.

 “Através desses investimentos, a qualidade do meu plantio ficou muito melhor. Agora nem falhas eu encontro. Com isso, os resultados finais também são diferentes e bem melhores”, relata.

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