Produtores do Nordeste são prejudicados pela importação de etanol e cobram pagamento de subvenção
26-01-2015

Em audiência com a Ministra Kátia Abreu, em Brasília, na semana passada, os representantes do setor sucroenergético do Nordeste apresentaram algumas reivindicações. Dentre as solicitações, a subvenção para a cana e a dificuldade pela qual passa o segmento na região com relação à importação de etanol, que hoje tem sido realizada, segundo os produtores nordestinos, justamente no período de produção do combustível no Nordeste, dificultando a lucratividade dos produtores.
“Reivindicamos a manutenção da cota preferencial de exportação de açúcar do país aos Estados Unidos”, disse Alexandre Andrade Lima, presidente da Unida (União Nordestina dos Produtores de Cana). O dirigente explica que a cota norte-americana beneficia principalmente os canavieiros e os industriais da região Norte/NE.
Lima aproveitou para reivindicar o fim da importação de álcool anidro de milho dos EUA para o mercado interno, pois concorre com a produção nacional, sobretudo da região do NE. No último ano, ele conta que cerca de 350 milhões de litros do anidro importado chegou ao Nordeste, enquanto algo em torno de 100 milhões de litros foram para o Centro/Sul do Brasil. “O país é autossuficiente na produção deste produto e não precisa de importação, todavia, em caso de importação, que não seja realizada no período da safra da cana nordestina”, reclamou Lima.
Renato Cunha, presidente do Sindaçúcar-PE, também cobrou uma solução do Ministério sobre esse assunto. “É necessário o disciplinamento de importações de etanol em época que possa prejudicar o Nordeste, tirando renda do produtor da região.”
Quanto à liberação da subvenção da cana nordestina e do RJ no valor de R$ 187 milhões, a posição ministerial foi favorável. No mesmo dia da audiência, a ministra encaminhou ao ministério da Fazenda parecer apoiando a medida.
Cerca de 30 mil canavieiros nordestinos e do RJ aguardam desde julho de 2014 a liberação deste benefício. A subvenção de R$ 12 por tonelada de cana fornecida na safra 2012/13, limitada a 10 mil toneladas, só poderá ser paga depois da aprovação do Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e do aval final da presidente Dilma Rousseff.
Na audiência, a Ministra Kátia Abreu adiantou que a subvenção para a cana-de-açúcar já foi assinada por ela e está na Casa Civil para aprovação. Além disso, afirmou que vai analisar cada um dos problemas e sugestões propostas pelo setor sucroenergético.

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