Programa de Renovação de Canaviais de 2016 não vai aceitar plantio com variedades antigas
11-08-2016

Artur Milanez, gerente setorial do BNDES (Banco de Desenvolvimento Econômico e Social), falou no 2º Seminário sobre Biomassa da Cana-de-açúcar & Cia, sobre linhas de crédito da instituição para projetos voltados à cana-de-açúcar.

Lançado em 2013, o PRORENOVA (Programa de apoio à renovação e implantação de novos canaviais) é um dos principais instrumentos de financiamento criados pelo banco a favor do setor sucroenergético. Segundo ele, esta linha foi criada prioritariamente com o objetivo de reduzir a idade do canavial brasileiro.

E obteve sucesso, de acordo com ele. Pelo censo do CTC (Centro de Tecnologia Canavieira), a idade média das lavouras de cana teve redução. Depois de chegar a um pico de 3,63 anos, caiu para 3,3 anos após a adoção do programa. “Este instrumento conseguiu atingir o objetivo e ter efetividade, auxiliando na renovação dos canaviais brasileiros.”

Um retorno do rejuvenescimento médio dos canaviais foi o aumento da produtividade, que esteve em 2011/2013 em menos de 70 t/ha, mas fechou o último ciclo (2015/16) em cerca de 80 t/ha, segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).

Um ponto negativo foi o fato de o PRORENOVA não ter conseguido elevar a média da taxa de ATR dos canaviais nos últimos anos, ficando abaixo de 140 kg.

Mas o corpo técnico do BNDES identificou um gargalo para a continuidade dos ganhos de produtividade dos canaviais brasileiros, modificando o foco do PRORENOVA a partir de 2016: somente serão elegíveis para a captação de recursos os canaviais que utilizarem variedades que ainda não caíram em domínio público, ou seja, materiais mais novos.

Isto é importante porque, em 2016, 63% do portfólio de variedades já caíram em domínio público, ou seja, são variedades antigas. Não é mais admissível que a produtividade do canavial volte a cair por conta da defasagem tecnológica das empresas. Além disso, um material mais moderno, a princípio, tem condições de permitir um ritmo maior de ganho de produtividade. “Diante desta questão, fica claro que o programa deste ano visa a difusão tecnológica”, diz.

O PRORENOVA 2016 manterá o limite de R$ 150 milhões. Porém, no ano passado o limite em TJLP era de R$ 20 milhões. Neste ano é limitado ao patamar de 70% do projeto.

“As condições do PRORENOVA ficaram muito melhores, mas destaco que somente será elegível o financiamento de variedades protegidas. A captação de recursos via financiamento é uma boa chance para inclusão de variedades novas no plantel da empresa, abrindo um bom dilema dentro da usina.”

Nos últimos quatro anos, o PRORENOVA ajudou a financiar o plantio de quase 1,5 milhão de hectares de cana-de-açúcar.

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