Projeto compara o plantio convencional de cana com o plantio direto e em cultivo mínimo
26-01-2016

Em Ribeirão Preto está sendo desenvolvido um projeto que compara três métodos diferentes de plantio de cana utilizando mudas pré-brotadas (MPB): uma área com plantio convencional, uma segunda com plantio direto e uma terceira com plantio em cultivo mínimo.

De acordo com José Roberto Scarpellini, pesquisador do polo Regional Centro-Leste de Ribeirão Preto da APTA da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, em cada área foram plantadas duas variedades: uma para fabricação de etanol (IAC 5000) e outra mais rústica para produção de biomassa (cana-energia).
Os pesquisadores do instituto têm feito acompanhamento das áreas do experimento, com diferentes tipos de comparações e medições. A colheita será feita dentro de alguns meses. “Aí sim vamos ter os resultados finais, com todos os dados estatísticos tabulados”, diz Scarpellini.
Na primeira parcela, de plantio convencional, a mucuna verde foi cultivada e foi feito o preparo convencional, sendo que toda massa foi subsolada. “A água nessa parcela é menos disponível, porque a presença da palha protegeria a perda de água”, relata Scarpellini, mostrando que a área é dividida entre a IAC 5000 e a cana-energia.
Na segunda parcela, de plantio direto, foi preservada a cobertura verde (mucuna). As mudas foram plantadas diretamente na palha. Desde os primeiros meses, segundo o pesquisador da APTA, já há diferenças visíveis, como a disponibilidade de água. “Nessa área tem mais disponibilidade de água para a planta porque se retém mais água no solo. Também esse método segura a proliferação de ervas daninhas, mas elas acabam surgindo porque sobram espaços, mas acreditamos que em menor população que no sistema convencional.”
Um fator que pode ser negativo, que vem sendo avaliado ao longo da experiência, é a possibilidade de maior incidência de doenças porque, segundo ele, há maior umidade no ambiente.
Na terceira parcela, de cultivo mínimo, a massa de mucuna verde foi um pouco manejada. “Usamos um arado para melhorar o sistema de plantio na linha nas áreas das duas variedades.” Desde o início do projeto, os resultados foram interessantes no cultivo mínimo, inclusive em termos de estabelecimento das plantas.
Considerando a presença cada vez maior de palha nos canaviais, por conta do processo de fim da queima para colheita, e da cobrança cada vez maior por manejos sustentáveis da cultura da cana-de-açúcar, experimentos como esse são importantes. Em breve, os resultados do projeto com os três sistemas de plantio, utilizando duas variedades diferentes, serão divulgados e a Revista CanaOnline apresentará em primeira mão.


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