Prós e contras do plantio de cana-de-ano; confira mais informações na edição de julho da Revista CanaOnline
30-06-2016

Existem três épocas tradicionais para o plantio de cana-de-açúcar: 

1) Plantio de 18 meses: realizado de dezembro a abril, com colheita superior a 12 meses de idade;
2) Plantio de inverno: plantio realizado de maio a julho (dependendo das condições climáticas, principalmente da precipitação e temperatura nos meses de junho ou julho), com colheita a partir de 11 meses;
3) Plantio de ano: plantio realizado de setembro (dependendo das condições climáticas) a novembro.

Segundo Rogério do Nascimento, gestor de produção agrícola e de desenvolvimento técnico agronômico, geralmente as condições climáticas favorecem a maior produtividade para os plantios de 18 meses, na sequência para o plantio de inverno e por fim para o plantio de ano e, sendo assim, recomenda-se realizar o plantio-de-ano extenso apenas em ambientes de maior potencial de produção e sem riscos de erosão.

Focando especialmente no plantio-de-ano, Rogério cita alguns pontos favoráveis:

a) aumento do volume de cana para o próximo ano;
b) retorno rápido do investimento;
c) utilização do solo;
d) melhor aproveitamento da adubação realizada no ano anterior e que não foi extraída;
e) plantio de muda para o próximo plantio de 18 meses e inverno, diminuindo assim o km de transporte de muda;
f) plantio de meiosi, utilizando uma cultura intercalar (soja, amendoim etc) que trará receita imediata;
g) multiplicação acelerada de genótipos promissores, pois dependendo da região o plantio de ano pode ser multiplicado no plantio de 18 meses e/ou de inverno (uso de MPB);
h) recuperação da área a ser plantada no ano em função de seca ou chuva excessiva no plantio de inverno. Nesse ponto cabe a ressalva das questões de produtividade e disponibilidade de muda ideal.

Em contrapartida, existem vários pontos negativos quanto ao plantio-de-ano, apresentados por Rogério a seguir:

a) plantio restrito a ambientes de maior potencial de produção (A e B);
b) não pode ser realizado em áreas com altas infestações de ervas daninhas que exigem um manejo completo para desinfestação (exemplo: grama seda);
c) plantio restrito a solos de baixo potencial de erosão;
d) dificuldades no preparo do solo, principalmente em relação ao “time” e destruição completa das touceiras remanescentes, pois geralmente a destruição da soca anterior não é realizada com uso de glifosato;
e) dificuldade no time e incorporação de corretivos agrícolas (exemplo: gesso e calcário);
f) restrição ao uso de genótipos que florescem e se não for um plantio para muda, necessariamente o genótipo tem que ser de maturação tardia;
g) se ocorrer geadas no ano seguinte, a produtividade pode ser significativamente prejudicada. Nesse ponto a análise do histórico do evento de geadas é importante;
h) dificuldade na localização de mudas de qualidade (idade, distância, corte etc) para o plantio propriamente dito da área. Esse item pode ser resolvido com o plantio de mudas oriundas de Mudas Pré Brotadas (MPB) ofertadas por empresas especializadas na produção. O detalhe importante é a programação e compra antecipada.

“As questões técnicas e operacionais aqui apresentadas de forma resumida são importantíssimas e devem ser analisadas por profissionais que conhecem cada detalhe e devem ser cruzadas com os recursos financeiros disponíveis, oportunidades de ofertas de terra e/ou de matéria-prima, vencimentos de contratos etc, objetivando sempre o maior retorno econômico (tonelada de ATR/ha) para a(s) unidade(s) produtora(s), seja(m) ela(s) usina(s) ou fazenda(s) em um horizonte de curto, médio e longo prazo”, relata Rogério.

Opiniões de diferentes profissionais sobre o plantio de cana-de-ano serão apresentadas na edição de Julho da Revista CanaOnline. Não deixe de conferir!

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