Qual é o futuro do etanol hidratado?
26-11-2015

FICOU COMO PATINHO FEIO

O etanol hidratado permanece ou acaba? É uma polêmica que se mantém nas rodas de conversas. Na minha leitura, quem estabelece hoje o preço do etanol, dos produtos da cadeia, via de regra, é o etanol hidratado, porque, de certa forma, está atrelado ao preço da gasolina. Para o anidro, nós convencionamos o preço em relação ao hidratado. Quanto ao açúcar, a partir do momento que a commodity remunera mais que o etanol, aumenta o mix para açúcar. Quando inverte, aumenta o mix para etanol. O biocombustível acaba também gerando um parâmetro de precificação de açúcar no mercado internacional. Assim, o etanol hidratado ficou como o patinho feio.

Mas pensando num modelo sem o etanol hidratado, como resolvemos o problema da sazonalidade de produção. Hoje, quando tem excesso de cana, o excesso de produção migra para o hidratado. Isso porque o açúcar tem demanda estabelecida no mercado internacional para cada ano. Se forçar a barra cai muito o preço, piorando a rentabilidade. No caso do anidro, é o volume de venda de gasolina que determina sua demanda, o que no máximo é possível interferir é na variação da mistura.

Onde é que desova o excesso de produção de cana? No hidratado. Tira esse parâmetro da equação, veja o que vai acontecer com o resto. Não é solução simples. Parte da solução cabe a nós, que é resolver o mecanismo de precificação do hidratado e do anidro.”

Celso Torquato Junqueira Franco, diretor presidente da UDOP (União dos Produtores de Bioenergia) e diretor da Usina Pioneiros

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