Quando é economicamente viável recolher a palha da cana?
20-07-2015

A instabilidade do governo em relação ás energias renováveis, realmente assusta o setor, que faz muitas contas para ver se os investimentos compensam. Francisco Linero, Especialista Agroindustrial do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), diz que a viabilidade em recolhimento de palha se faz a partir de uma análise específica para cada usina e dependerá das estratégias comerciais, capacidade tecnológica, fatores de mercado, indicadores de custo benefício, custo de oportunidade e capacidade de investimento. Uma vez que esse grupo de fatores se mostre favorável e com índices atrativos à usina, os projetos e investimento em recolhimento de palha tornam-se viáveis. Para o panorama de mercado atual, e para usinas com potencial de exportação de energia elétrica adicional, em geral preços acima de R$ 200,00/MWh viabilizariam projetos de recolhimento de palha.

Samir Azevedo Fagundes, gerente de equipamentos de cana-de-açúcar AGCO, observa que a biomassa palha é utilizada em diferentes rotas, as de maior destaque são: Energia e Etanol 2G. A crescente demanda por energia, principalmente no Centro-Sul, tem promovido o uso da palha na cogeração de energia. A recuperação dos valores pago por MWh está viabilizando a retomada dos investimentos em recolhimento de palha. Em termos gerais, valores de MWh acima de R$ 160,00 tendem a tornar o processo de recolhimento de palha viável.

O custo da matéria-prima, no caso o fardo, observa Samir, deve ser levado em conta no balanço de viabilidade do uso da palha. O custo do fardo está relacionado a três fatores: Umidade; Impureza mineral; Densidade. A combinação destes três fatores irá refletir diretamente no custo do fardo produzido. Ou seja: umidade adequada + baixo nível de impureza + maior densidade = menor custo. Além disso, quanto melhor a qualidade da matéria-prima produzida, melhor a otimização do uso dos barbantes que amarram os fardos.

Mas Samir salienta que, assim como na colheita da cana, o custo do recolhimento da palha pode variar de um canavial para outro. A otimização logística da operação é fundamental para redução de custos. O dimensionamento dos equipamentos e das frentes de colheita deve garantir um fluxo contínuo de abastecimento de biomassa. Uma operação “piloto” é sempre recomendada para adequação do processo às especificidades de cada cliente.

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