Quebra na safra canavieira 2018/19 na região de Ribeirão Preto pode chegar a 20%
14-09-2018

Seca, maior desde 1963, reduz volume de cana, antecipa término e já impacta a safra 2019/20

No último dia 13, União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) divulgou o Relatório sobre andamento da safra na última quinzena de agosto, apontando que o rendimento do canavial alcançou 70,00 toneladas por hectare colhido em agosto, contra 77,64 no mesmo mês 2017 - queda de 9,85%.

Ainda, segundo o relatório, no acumulado do atual ciclo até 1º de setembro, essa produtividade atinge 78,44 toneladas por hectare, frente às 81,20 registradas até a mesma data da safra passada.

“Essa quebra irá se intensificar nas próximas quinzenas, na medida em que a colheita avançar para áreas mais afetadas pela estiagem e com lavouras mais velhas e, portanto, com produtividade naturalmente menor”, comenta Antonio de Padua Rodrigues, diretor técnico da Unica.Esse incremento da colheita da cana de cortes mais velhos já diminuiu em oito toneladas por hectare a produtividade de agosto comparativamente a julho.

Para Paulo Rodrigues,grande produtor de cana e diretor da Fazenda Santa Izabel, no município de Guariba, SP, a redução do volume de safra canavieira do Centro-Sul pode ser bem maior que o registrado até o momento. É quea região de Ribeirão Preto, principal produtora de cana do Brasil, enfrenta a maior estiagem desde 1963, de acordo comoutro grande produtor de cana, Victor Campanelli, da Agropastoril Campanelli, de Bebedouro, SP.

“A área em que se encontram nossas terras registra média de chuvas 50% menor que a mesma época dos anos passados. O canavial sentiu muito, nossa expectativa é de quebra de safra da ordem de 20% e essa não é só a nossa realidade”, diz Paulo Rodrigues.

Prova de que essa quebra será crescente até o fim desse ciclo é a previsão de encerramento antecipado da moagem pelas usinas do Centro-Sul. Segundo levantamento preliminar feito pela Unica, 20% das unidades amostradas até o momento declararam que devem antecipar o fim da safra 2018/2019 em 1 a 3 meses.

O que ameniza a quebra é o alto teor de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) registrado pela cana nesta safra.Segundo o Relatório, a quantidade de ATR por tonelada processada atingiu 152,66 kg na segunda quinzena de agosto, 7,14 kg acima do valor apurado em igual período de 2017.No acumulado da safra, o indicador totalizou 138,22 kg de ATR por tonelada, alta de 4,77% em relação ao ciclo 2017/2018.

Mas, a longa estiagem também já compromete a próxima safra ao provocar a morte das soqueiras. A falta de chuva impossibilita o replantio de falhas. E vários casos de incêndios, que impulsionados pela seca tomam a palhada, exigema reforma do canavial, que sem água se torna impossível.

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