Raízen avança em novas plantas e vê mais retorno com E2G
15-08-2024

Empresa vai inaugurar duas unidades dedicadas à fabricação do combustível de segunda geração, que, segundo os executivo, é gerador de caixa com baixo risco de mercado

Por Camila Souza Ramos — São Paulo

A Raízen deve inaugurar mais duas plantas de etanol de segunda geração (E2G) até o fim da safra 2024/25, afirmou o CEO Ricardo Mussa em teleconferência com analistas de mercado para detalhar os resultados do primeiro trimestre fiscal da atual temporada.

Serão inauguradas as plantas de E2G na Usina da Barra e na Usina Univalem. No primeiro semestre, a companhia iniciou as operações com o combustível de segunda geração na Usina Bonfim. Com isso, a Raízen iniciará a próxima safra com quatro plantas em operação neste segmento.

Segundo Philipe Casale, gerente de relações com investidores, o potencial de produção de cada unidade, de 82 milhões de litros por ano, deverá ser alcançado após dois anos. Uma operação considerada “normal” seria de 77 milhões de litros anuais, acrescentou Mussa.

No primeiro trimestre da safra atual, a margem de contribuição (que desconta da receita apenas os custos variáveis, incluindo o custo do bagaço) do negócio de E2G foi de 14%, diante de uma operação na planta de Bonfim a 40% da capacidade instalada.

Segundo Carlos Moura, diretor financeiro da Raízen, com a alavancagem operacional da planta, a companhia pode alcançar o potencial da margem de contribuição previsto na modelagem econômica, de 75% de margem de contribuição em E2G.

A modelagem do plano de negócios do E2G prevê ainda que a margem Ebitda (de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) deve ficar em 50% com a operação a plena capacidade, o que deve resultar em uma geração de caixa de 35%.

Mussa ressaltou que toda a produção futura de E2G já está vendida com contratos de longo prazo, com volumes pré-estabelecidos e preços mínimos fixos. Os contratos preveem ainda que, quando os preços no mercado spot estão mais altos que o estabelecido, há uma divisão entre comprador e vendedor do diferencial.

“O E2G é um grande gerador de caixa com baixo risco”, disse o CEO. “Não temos risco de preço nem de volume”, acrescentou.

Fonte: Globo Rural