Raízen Energia lucra R$ 13,1 milhões no 2º tri da safra 2020/21
17-11-2020

Maior companhia sucroalcooleira do país, a Raízen Energia, joint venture entre Cosan e Shell, encerrou o 2º trimestre da safra 2020/21 com um lucro líquido de R$ 13,171 milhões, ante prejuízo de quase R$ 15 milhões no mesmo período da safra passada. No balanço da Cosan, o resultado foi pior do que no mesmo período do ano passado, com queda de 70%, para R$ 15,6 milhões.

A receita da companhia recuou 4,9%, para R$ 7,3 bilhões, em função da diminuição das vendas de etanol próprio e das operações de revenda e trading de energia elétrica. Em compensação, a companhia faturou mais com vendas de açúcar ao exterior, aproveitando os preços maiores, que ficaram em média em R$ 1.406 a tonelada, e volumes também superiores.

A companhia compensou a menor receita com uma redução mais significativa nos custos, que foram diluídos com o aumento da moagem de cana e com ganhos de eficiência nas operações. Com isso, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado cresceu 14,9%, para R$ 975,6 milhões.

No período, as 24 usinas em operação da Raízen Energia processaram 27,6 milhões de toneladas de cana, 3,4% a mais do que no mesmo trimestre da safra passada. No acumulado da safra, já foram moídas 49,5 milhões de toneladas, um aumento de 4,3%. O crescimento da moagem foi impulsionado pelo aumento da produtividade, em 9%, para 77,1 toneladas por hectare.

Além disso, a companhia ainda extraiu mais sacarose da matéria-prima, resultando em uma produção equivalente em açúcar 6% maior, de 3,8 milhões de toneladas.

Com mais produto, a companhia conseguiu elevar as vendas de açúcar e também carregar mais açúcar e etanol em estoque para o trimestre seguinte do que um ano atrás.

A receita com açúcar quadruplicou, para R$ 2,4 bilhões, sendo R$ 1,9 bilhões apenas com exportação. Já as vendas de etanol renderam 15% menos do que no mesmo trimestre da safra passada, ou R$ 2,6 bilhões. Enquanto a comercialização do produto no país caiu um terço, houve ligeiro acréscimo de exportações.

Já a comercialização de energia elétrica, que também inclui as receitas com trading, caíram praticamente pela metade, para R$ 586,9 milhões, dada a menor demanda e o preço inferior no mercado livre (PLD). A Raízen ainda reduziu de forma significativa seus ganhos com trading de derivados em 41%, para R$ 1,7 bilhão.

As principais perdas da empresa no trimestre foram na linha de resultados financeiros, na qual a companhia apurou perdas líquidas de R$ 353,5 milhões, ante perdas de R$ 193,5 milhões no mesmo trimestre da safra passada. A Raízen Energia teve perda de R$ 140 milhões apenas na linha de encargos e variações monetárias por causa do efeito da elevação do dólar sobre saldos sem hedge accounting.

Na transição para o terceiro trimestre da safra, a companhia sucroalcooleira mantinha em estoque 16% mais açúcar e 28% mais etanol do que na mesma data do ano passado, com 2,275 milhões de toneladas do adoçante e 1,578 bilhão de litros do bicombustível armazenados.

A companhia avançou na fixação do preço de açúcar para esta e a próxima safra e, até o fim do último trimestre, tinha 3,029 milhões de toneladas de embarques até março já precificadas a um valor médio de 61,4 centavos de real por libra-peso. Para a safra 2021/22, já havia 2,039 milhões de toneladas hedgeados a 65,6 centavos de real a libra-peso.

Fonte: Valor Econômico
Texto extraído do boletim SCA