Raízen investe 28 milhões de reais por ano em controle de incêndios nos canaviais
16-09-2020

Estrutura da Raízen para controle de incêndios florestais
Estrutura da Raízen para controle de incêndios florestais

Atualmente, o grupo conta com 80 caminhões pipas, o plano para 2021 é passar para 171 caminhões aptos ao combate. E o total de brigadistas nas operações agrícolas é de 1100 profissionais

O tempo seco, associado às altas temperaturas e a palhada no solo formam o cenário perfeito para a propagação de incêndios florestais. É isso que tem ocorrido em vários canaviais da região Centro-Sul, o que prejudica o andamento da colheita da safra 20/21.

Na última segunda-feira, 14/09, a Raízen, junto com representantes da Polícia Ambiental e Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo, realizou um webinar sobre prevenção e combate a incêndios em canaviais.

 O encontro teve como objetivo discutir as melhores práticas do setor, apresentar dados do Governo do Estado no enfrentamento às queimadas e a evolução do setor em ações preventivas, dentre elas:

  • Insumos que se perdem com a prática;
  • Prejuízo ao solo, perda da palha para geração de energia, impactos ambientais;
  • Impactos ambientais e toda a cadeia sustentável do processo;
  • Linha do tempo que mostre o percentual antes da lei que proíbe a queima da cana;
  • Principais técnicas de combate ao fogo.

Estrutura Etanol Mais Verde para 2020/21 no controle de incêndios florestais

Entre os participantes do webinar estava Sérgio Luiz Marçon, coordenador de Fiscalização e Biodiversidade da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo, que destacou que, atualmente, aproximadamente 99,6% de toda cana-de-açúcar cultivada em São Paulo é colhida sem queima, ou seja, as usinas não fazem uso da queima como método pré-colheita.

Marçon salientou a parceria do setor com o estado paulista e apresentou dados do Protocolo Agroambiental Etanol Mais Verde sobre a infraestrutura para a prevenção e controle de incêndios florestais para 2020/21, números como 1800 brigadistas e 208 caminhões pipas. Observou que na safra 2019/20, no estado de São Paulo, utilizou-se a queima em apenas 0,02 milhões de hectares de cana. Assim, eventuais incêndios em canaviais trazem prejuízos irreparáveis às usinas e produtores rurais, uma vez que toda a estrutura já foi adaptada para o processamento sem queima.

Durante o webinar, o Tenente Coronel Nascimento, do policiamento Ambiental no Estado de São Paulo, também ressaltou a importância da parceria do setor sucroenergético para a prevenção e controle de incêndios florestais. Em parceria com o governo do Estado, o setor atua junto no trabalho de prevenção, fiscalização e conscientização. Entre as ações estão a manutenção de equipes brigadistas e caminhões tanque; a limpeza dos aceiros para evitar que os focos se alastrem para as áreas de vegetação nativa; a instalação de torres de observação; a formalização de Planos de Auxílio Mútuo (PAMs); o monitoramento por imagens de satélite, e a vigilância por câmeras. E as usinas trabalham em conjunto com o Corpo de Bombeiros no combate à incêndios florestais.

Eixos de atuação e parceria do setor e o governo paulista no controle de incêndios florestais

Observou Nascimento que, em geral, a maior parte dos focos de incêndio nas plantações tem origem nas áreas limítrofes com rodovias ou que tenham acesso fácil da população. Bitucas de cigarro, fogueiras, limpeza de terrenos, soltura de balões, por exemplo, são causadores desses incidentes. Por isso, o setor, além de investir em estrutura para prevenção e controle incêndios, também promove ações de comunicação junto à população para mudar atitudes que gerem risco de incêndio.

O Tenente Coronel Nascimento abordou algumas técnicas de controle, como o “Fogo Contra Fogo” – nela, um agente coloca fogo de maneira controlada na direção do incêndio já existente para que os dois focos se encontrem e as chamas cessem. Salientou que esse método de controle ocorre apenas quando outras práticas não surtiram efeito.

A RAÍZEN ATUA CONTRA OS INCÊNDIOS FLORESTAIS

Raízen: treinamento e procedimentos

Rodrigo Morales, gerente corporativo de logística da Raízen, ressaltou no webinar que a empresa não pratica a queima de cana e que segue estritamente as diretrizes do Protocolo Agroambiental – Etanol Mais Verde, o qual determina a eliminação do uso do fogo na colheita de cana no Estado de São Paulo.

Segundo ele, a Raízen monitora diariamente seus canaviais para prevenir e combater eventuais incêndios de origem desconhecida ou acidental, como é o caso daqueles provenientes de fogueiras e outras fontes – como cigarros, por exemplo – em áreas de grande circulação, principalmente próximas a cidades e rodovias.

 Raízen: Gestão do Canavial e Combate

Em função do período de seca e falta de chuvas, Morales informou que a Raízen intensificou os cuidados e aumentou a fiscalização nas regiões onde encontram-se suas 24 unidades produtoras, disponibilizando brigadas específicas com carros leves para alcançarem rapidamente os focos de incêndio. Além da aquisição de novos abafadores e caminhões pipas dedicados exclusivamente à atender esta área, assim como realiza campanha de conscientização da população.

Raízen: Conscientização de entornos

A unidade da Raízen em Jataí, Goiás, é a que mais sofre com incêndios florestais, em decorrência das condições climáticas e também por estar cercada por áreas de cultivo de grãos, cuja a palhada facilita a propagação, contou Walter Vêntura Ferreira Júnior, gerente Agroindustrial do Polo Jatai (GO), da Raízen. Por isso, as ações de conscientização, prevenção e controle de incêndios florestais são intensas e diversificadas, indo da distribuição de mudas de plantas para a população ao uso de aviões para apagar o fogo.

Ações preventivas e estruturais para o controle de incêndios na unidade em Jataí

Morales apresentou informações sobre os investimentos da Raízen na prevenção e controle de incêndios florestais. Apenas nos itens caminhão pipa e número de brigadistas, atualmente, o grupo conta com 80 caminhões pipas, o plano para 2021 é passar para 171 caminhões aptos ao combate.  E o total de brigadistas nas operações agrícolas é de 1100 profissionais. “Por ano, investimentos 28 milhões de reais na prevenção e controle de incêndios nos canaviais. Quem investe este montante não tem interesse que a cana seja queimada”, salientou o profissional da Raízen, em resposta aos que dizem que a empresa tem interesse na queima da cana.

Fonte: CanaOnline