Raízen planeja 20 plantas de etanol de segunda geração em operação até 2030
26-05-2022

Gargalos de suprimentos e mão-de-obra estão sendo solucionados, elevando a capacidade de construção da Raízen de duas para sete novas plantas de E2G por ano. Foto: Divulgação Raízen
Gargalos de suprimentos e mão-de-obra estão sendo solucionados, elevando a capacidade de construção da Raízen de duas para sete novas plantas de E2G por ano. Foto: Divulgação Raízen

“É impressionante o ceticismo do mercado em relação ao etanol de segunda geração (E2G) da Raízen.” Foram com essas palavras que o CEO da Raízen, Ricardo Mussa, abriu o evento “Raízen Day”, realizado pela companhia nesta semana em São Paulo/SP. Segundo ele, a planta de E2G do Grupo não é apenas real, mas também a única do mundo em escala industrial. “Garanto a todos que o negócio é seguro, rentável e replicável. Convido todos a visitarem nossa unidade Costa Pinto, em Piracicaba/SP, para conhecer essa tecnologia de perto.”

Ao longo do evento, a Raízen apresentou seus planos para o E2G. De acordo com Mussa, até 2024, a companhia espera estar com quatro plantas em operação nas seguintes unidades: Costa Pinto (já inaugurada), Bonfim (Guariba/SP), Barra Bonita (Barra Bonita/SP) e Univalem (Valparaíso/SP). A capacidade de cada nova planta será de 82 milhões de litros, com CAPEX de R$ 1.0 bilhão por planta. “Embora a inauguração dessas três novas plantas esteja um pouco distante, já temos 80% da produção vendida, o que demonstra todo o potencial desse negócio.”

O vice-presidente executivo de operações de EAB (Etanol, Açúcar e Bioenergia) da Raízen, Francis Vernon Queen Neto, também falou sobre o plano de expansão do E2G. Segundo ele, a expectativa é contar com 20 plantas em operação até 2030. “Para alcançar esse objetivo, trabalhamos continuamente para solucionar os principais gargalos no suprimento de equipamentos, materiais, insumos e mão de obra, permitindo assim acelerar nossa capacidade de construção de duas para sete novas plantas por ano.”

Queen explicou que os materiais especiais já estão contratados para as próximas plantas. Os equipamentos críticos para as próximas três plantas também já foram entregues ou encomendados. “Firmamos contratos de longo prazo para o fornecimento das enzimas, que devem ter sua produção local no futuro. Foram credenciados novos fornecedores, e os times gerenciais das plantas 2, 3 e 4 já estão contratados e alocados no projeto.”

Lembrando que, por meio da busca por maneiras mais eficientes para otimizar a produção de etanol e da prática da “Economia Circular”, a Raízen mudou sua forma de enxergar os subprodutos da cana. Palha e bagaço, antes resíduos, agora passam por um novo tratamento - um processo altamente tecnológico de hidrólise e dupla fermentação -, que dá origem ao chamado etanol de segunda geração, que contém a mesma composição química do etanol comum, de primeira geração (E1G), e, portanto, os mesmos usos. Por meio dessa inovação, é possível aumentar a produção em 50% sem que seja necessário plantar um hectare a mais de cana-de-açúcar.

Fonte: CanaOnline