Raízen tem prejuízo líquido ajustado de R$ 178 milhões no 4tri23/24, ante lucro no 4tri22/23
14-05-2024

A Raízen registrou prejuízo líquido ajustado de R$ 178 milhões no quarto trimestre do ano-fiscal 2023/24, que compreende o período entre 1° de janeiro e 31 de março de 2024, e reverteu o lucro de R$ 2,52 bilhões que havia sido registrado em igual intervalo da safra anterior. O prejuízo líquido sem ajustes do período foi de R$ 879 milhões, ante lucro de R$ 2,663 bilhões de igual intervalo de 2022/2023.

Por Leandro Silveira

A receita líquida da Raízen caiu 2,3% na base anual, de R$ 54,967 bilhões de janeiro a março de 2023 para R$ 53,685 bilhões no período de 2024. O resultado operacional medido pelo Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ficou positivo em R$ 3,686 bilhões, queda de 37,7% ante R$ 5,913 bilhões de igual trimestre do ano anterior, em valores ajustados.

A alavancagem fechou o trimestre em um múltiplo de 1,3 vez a relação de dívida líquida pelo Ebitda dos últimos 12 meses, ante igual resultado no quarto trimestre do exercício de 2022/2023. O capex do trimestre totalizou R$ 4,961 bilhões, avanço de 19,9% ante os R$ 4,138 bilhões de 2022/23.

Acumulado de 2022/23

No acumulado do ano fiscal, a Raízen registrou lucro líquido ajustado de R$ 1,284 bilhão, queda de 66,8% ante ganho de R$ 3,865 bilhões do ano anterior. A receita líquida caiu 10,3% na base anual, de R$ 245,83 bilhões para R$ 220,454 bilhões. Na mesma base de comparação, o Ebitda ajustado ficou positivo em R$ 14,608 bilhões, queda de 4,4% ante R$ 15,285 bilhões do ano anterior. O capex do ciclo totalizou R$ 12,076 bilhões, avanço de 13,3% ante os R$ 10,657 bilhões de 2022/23.

Resultados da safra

A Raízen processou 84,2 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na temporada 2023/24, alta de 14,6% em relação ao volume processado no ano-safra anterior. No acumulado da safra houve redução de 1,5% do ATR (133,8 kg/tonelada ante 135,8 kg/tonelada em 2022/23) e alta de 23,4% do TCH. A produção de açúcar cresceu 22%, para 5,84 milhões de toneladas. A produção de etanol de primeira geração ficou em 3,148 milhões de metros cúbicos, alta de 5,4% ante 2022/23. Já a produção de etanol de segunda geração (E2G) avançou 18,8%, para 36 mil metros cúbicos. O mix de produção foi dividido entre 53% para açúcar e 47% para etanol.

"Encerramos a safra com recorde de moagem, recuperação expressiva do TCH e forte expansão da produtividade, em consonância com os ganhos oriundos da gestão voltada para melhoria contínua de produtividade e eficiência agrícola, bem como o clima favorável na safra. O mix de produtos reflete a maximização da produção de açúcar, impulsionada por um ciclo de preços mais favorável", disse a empresa.

Projeções 2024/25

A Raízen divulgou nesta segunda-feira (13), depois do fechamento do mercado, as projeções financeiras e operacionais referentes ao ano-safra 2024/25, que se iniciou em 1º de abril de 2024 e se encerrará em 31 de março de 2025, com previsão de Ebitda ajustado de R$ 14,5 bilhões a R$ 15,5 bilhões para o período.

A perspectiva é de moagem entre 82 milhões e 85 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. A Raízen afirma que a perspectiva é fruto das melhores condições dos canaviais como resultado da Jornada de Produtividade Agrícola, a depender dos efeitos climáticos e consequente produtividade.

Outras razões para o Ebitda ajustado projetado são a dinâmica de custos favorável, o volume próprio produzido e comercializado de etanol, açúcar e energia, assim como ciclo favorável de preços do adoçante, atuação diferenciada na cadeia de valor do etanol, bem como a expansão da rentabilidade do segmento de mobilidade.

O investimento previsto fica entre R$ 10,5 bilhões e R$ 15,5 bilhões. Para o segmento de renováveis e açúcar, a expectativa é de investimento de R$ 8,8 bilhões a R$ 9,5 bilhões. Isso incluirá a manutenção do patamar dos investimentos recorrentes em canaviais, composto pela redução da área de plantio e trato. Além disso, a companhia citou a "revisão do faseamento dos investimentos voltados para expansão, notadamente nas plantas de E2G, bem como a conclusão da planta de Biogás no Parque de Bioenergia Costa Pinto".

Também serão investidos de R$ 1,7 bilhão a R$ 2 bilhões no segmento de mobilidade. Isso incluirá renovações e expansão de contratos da rede, ampliação e otimização da infraestrutura logística e conclusão dos investimentos já programados na Refinaria da Argentina, explicou a Raízen.

Fonte: Broadcast