Raízen vendeu menos açúcar e etanol próprios no segundo trimestre
23-10-2025

Volume de cana moído cresceu 6,6% na comparação anual, para 35,1 milhões de toneladas — Foto: Wenderson Araújo/CNA
Volume de cana moído cresceu 6,6% na comparação anual, para 35,1 milhões de toneladas — Foto: Wenderson Araújo/CNA

Vendas da empresa na distribuição cresceram no período

Por Camila Souza Ramos — São Paulo

A Raízen acelerou a moagem de cana-de-açúcar no segundo trimestre da safra 2025/26 (de julho a setembro) por causa do clima seco e maximizou a produção de açúcar, mas as vendas de açúcar e etanol foram menores do que no mesmo período da safra passada.

De acordo com dados da prévia operacional da companhia no trimestre, o volume de cana moído cresceu 6,6% na comparação anual, para 35,1 milhões de toneladas. No acumulado da safra, porém, a quantidade processada está 4 milhões de toneladas menor, somando 59,6 milhões de toneladas.

No trimestre, tanto a produtividade quanto a concentração de sacarose na cana foram piores na comparação anual. O rendimento agrícola caiu 3,9%, para 73 toneladas por hectare, enquanto a quantidade de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) recuou 3,4%, para 142 quilos por tonelada de cana moída.

Segundo a Raízen, a queda da produtividade ainda é reflexo dos incêndios da safra passada e da geada em certas regiões neste inverno. Também houve impacto da venda de 1,3 milhão de toneladas de cana que abasteciam a Usina Santa Elisa. A moagem do trimestre só cresceu porque o clima seco permitiu um aumento da área de colheita.

Porém, o volume de açúcar próprio vendido caiu 28,5%, para 817 mil toneladas, enquanto as vendas de etanol próprio caíram 16,1%, para 817 mil litros. No caso do açúcar, a base de comparação foi muito elevada, e as vendas de açúcar agora estão menos concentradas na primeira metade da safra. Já no caso do etanol, a queda das vendas reflete a menor produção de fato.

O volume total de produto do trimestre foi de 4,779 milhões de toneladas em açúcar equivalente, mas 56% foi destinado à produção de açúcar — 4 pontos percentuais a mais do que o mix açucareiro de um ano antes.

Já a cogeração do trimestre recuou 3,6%, para 755 mil megawatts-hora (MWh) pela menor disponibilidade de biomassa.

A produção de etanol celulósico (de segunda geração, ou E2G) cresceu 2,86 vezes, para 42,9 mil litros, com o aumento da fabricação nas unidades Univalem, Barra e Bonfim.

Nos negócios de distribuição, os resultados foram melhores. No Brasil, o negócio de distribuição movimentou entre 7,4 bilhões de litros e 7,5 bilhões de litros, acima dos 7,004 bilhões de litros do segundo trimestre da safra passada. Segundo a Raízen, o aumento reflete o plano operacional da empresa e o combate ao mercado ilegal.

Na Argentina, o volume movimentado ficou entre 1,75 bilhão de litros e 1,8 bilhão de litros, acima dos 1,613 bilhão de litros um ano antes.

Fonte: Globo Rural