Receitas das exportações do agronegócio caíram 9,5% em agosto
19-09-2024

As exportações do agronegócio brasileiro alcançaram US$ 14,1 bilhões em agosto deste ano — Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná
As exportações do agronegócio brasileiro alcançaram US$ 14,1 bilhões em agosto deste ano — Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná

Houve retração da quantidade embarcada e dos preços dos produtos enviados ao exterior

Por Rafael Walendorff — Brasília

As exportações do agronegócio brasileiro alcançaram US$ 14,1 bilhões em agosto deste ano, valor 9,5% menor que os US$ 15,6 bilhões exportados no mesmo mês do ano passado. Houve redução da quantidade embarcada (-7,4%) e retração nos preços dos produtos enviados ao exterior (-2,3%) em relação a julho, segundo a secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura.

Uma das quedas mais fortes foi nas exportações de milho (-35,2%), que caíram de 9,36 milhões de toneladas em agosto de 2023 para 6,06 milhões no mês passado, reflexo da safra menor do cereal em 2023/24. A soma das exportações de grãos diminuiu de 18,14 milhões de toneladas em agosto de 2023 para 14,43 milhões de toneladas em agosto de 2024.

Parte dessa retração foi compensada pela expansão das vendas externas de açúcar, que aumentaram em 347,96 mil toneladas, e de carne bovina in natura, com incremento de 32,2 mil toneladas no período. Os preços dos produtos embarcados caíram 8,6% na comparação com agosto de 2023.

Os principais produtos exportados no mês passado foram do complexo soja, carnes, complexo sucroalcooleiro, cereais, farinhas e preparações e produtos florestais.

Em agosto de 2024, o valor exportado de produtos do complexo soja foi US$ 4,47 bilhões. A China é o principal cliente, com 73,7% do volume importado no mês ou 5,9 milhões de toneladas.

Os chineses também são os principais importadores de algumas das carnes brasileiras. As vendas externas das proteínas animais subiram 5,6%, de US$ 2,05 bilhões em agosto de 2023 para US$ 2,17 bilhões em agosto de 2024. Na carne bovina, o volume foi recorde: 245,36 mil toneladas, alta de 15,7%.

As exportações de carne suína aumentaram 9,2%, para US$ 273,95 milhões, com elevação de 4,5% na quantidade exportada (incremento de 4,93 mil toneladas) e no preço médio de exportação. Filipinas, Japão, Chile e Singapura puxaram a alta nas vendas.

O volume exportado de açúcar também foi recorde, com 3,92 milhões de toneladas em agosto de 2024 — equivalente a US$ 1,79 bilhão.

“O Brasil tem se destacado no cenário internacional graças ao retorno das boas relações comerciais do governo brasileiro com o mundo. Produtos de qualidade e o rigoroso controle sanitário tem sido o nosso diferencial, sem dúvida”, afirmou, em nota, o secretário de Comércio e Relações Internacionais do ministério, Roberto Perosa.

As importações brasileiras de produtos agropecuários subiram 8,4%, de US$ 1,46 bilhão em agosto de 2023 para US$ 1,59 bilhão em agosto de 2024 (+8,4%). Houve aumento de 15,4% na compra de fertilizantes (US$ 1,57 bilhão) e queda de 27% na de defensivos (US$ 555,98 milhões).

No acumulado do ano, as exportações do agronegócio brasileiro registram leve queda, de 0,6%. Entre janeiro e agosto deste ano, o faturamento das vendas externas do setor chegou a US$ 111,76 bilhões contra US$ 112,49 bilhões comercializados no mesmo período do ano passado. Esse valor representou 49,2% de todas as exportações brasileiras entre janeiro e agosto de 2024, 0,9 ponto percentual abaixo do registrado entre janeiro e agosto de 2023 (50,1%).

Já as importações somaram US$ 12,83 bilhões nos oito primeiros meses de 2024, com incremento de 14,8% ante o mesmo período de 2023 (US$ 11,17 bilhões), e representou 7,4% das aquisições totais.

Segundo o Ministério da Agricultura, o saldo da balança comercial brasileira entre janeiro e agosto foi de US$ 54,08 bilhões, com influência positiva do agronegócio, que registrou superávit de US$ 98,93 bilhões. Os valores não consideram as importações de diversos insumos importados utilizados na agropecuária nacional, como máquinas, equipamentos, defensivos e fertilizantes.

Fonte: Globo Rural