Recolhimento de palha de cana é interrompido com o excesso de chuva
21-01-2016
A palha necessita ficar em torno de 10 dias no sol, após o corte da cana, para reduzir a umidade
O recolhimento da palha da cana para a produção de energia elétrica é uma prática que cresce no setor sucroenergético, mas a maior quantidade de chuvas no último trimestre de 2015 e início de 2016 impediu que a palha fosse recolhida. É o que conta Adilson José Rosseto, diretor do condomínio Agrícola Rio Claro, de Lençóis Paulista, pioneiro no recolhimento de palha, fornece desde 2004 para o Grupo Zilor.
Com uma área com 8.611 hectares de cana e produção superior a 600 mil toneladas, o método de recolhimento de palha adotado pela Rio Claro é o enfardamento que, retira de 40% a 45% da palha do campo. Esse processo é feito entre 9 a 10 dias após a colheita, para que a umidade possa atingir 14%. A palha com baixa umidade é uma matéria-prima com mais de 3.200 kgcal/kg, enquanto que o bagaço, com umidade de 50%, gera 1.800 kgcal/kg.
Depois de a palha ser aleirada, entra em ação a enfardadora. Tracionada por trator, ela segue pela leira recolhendo o material e formando fardos retangulares, que apresentam vantagens em relação aos fardos redondos, como maior rendimento operacional e menor dificuldade no momento de se desenfardar para trituração.
No entanto, como as chuvas foram mais frequentes, principalmente nos meses de setembro e novembro, não houve os 10 dias necessários para que a palha reduzisse a umidade, pelo contrário, diz Rosseto, ao ficar no campo sob a ação das chuvas constantes, a palha começou a melar. Sem as condições necessárias para a serem levadas à indústria, o recolhimento foi finalizado mais cedo em 2015.
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