Recuperação da Usinas Itamarati anima o setor
11-11-2019

Rebatizada de UISA, a empresa tem planos de investimentos que envolvem unidade de etanol de milho, biogás com resíduos da cana, e muito mais

Na década de 1980, é instalada em Nova Olímpia, interior de Mato Grosso, a Destilarias Itamarati. Posteriormente, a empresa passa a denominar-se Usinas Itamarati. O empreendimento é reconhecido, até hoje, como um dos maiores do setor sucroenergético fora do principal polo de produção, o estado de São Paulo. Resultado de sua moderna concepção industrial e práticas avançadas no campo.

Os números da Itamarati comprovam se tratar de uma gigante: mais de 84 mil hectares de terras próprias; capacidade de moagem de 6,3 milhões de toneladas de cana; capacidade diária de produção: açúcar de 2 mil toneladas e etanol de 1,5 mil; produção de energia de 36 MW.

Por isso, quando a empresa pediu recuperação judicial, fruto de crise interna e do setor, foi mais uma triste notícia que abalou a já desgastada agroindústria sucroenergética.

Mas o setor vive um clima de retomada, e a Usinas Itamarati reforça essa mudança positiva do universo sucroenergético, animando até mesmo especialistas no segmento. “Fiquei feliz em ver a notícia da recuperação da Usinas Itamarati, que tive o privilégio de visitar duas vezes, rebatizada agora de UISA, com o aporte do fundo CVCIB. Planos de investimentos envolvem unidade de etanol de milho (capacidade de 300 milhões de litros por ano e quase 100 mil toneladas de DDGs, leveduras para nutrição animal, biogás (feito pela biodigestão de resíduos do processamento da cana, para gerar eletricidade e metano a ser usado na frota diesel) e expansão da capacidade visando ocupar mais a usina. Será uma biorrefinaria processando matérias-primas de plantas e gerando energia, alimentação e insumos industriais”, conta o professor de economia da FEA/USP, Marcos Fava Neves.

 Ainda segundo Fava Neves, os resultados de 2018/19 da UISA apontam para receita líquida de R$ 732 milhões e o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 260 milhões. A produtividade vem crescendo e alcançou 94 t/ha na última safra, moendo 5,1 milhões de toneladas.