Redução da previsão de moagem em Pernambuco
03-11-2015

Em Pernambuco, as condições climáticas também terão forte influência sobre o resultado final da safra. Segundo Renato Cunha, presidente do Sindaçúcar-PE (Sindicato da Indústria de Fabricação de Etanol e Açúcar de Pernambuco), a previsão de safra – inicialmente estimada em 15,6 milhões de toneladas de cana – está sendo revista para baixo. “Deveremos ter uma redução de pelo menos 10%.Recém-iniciada, a safra será marcada por um verão muito forte, com características de El Niño, com muita chuva no Sul e pouca no Nordeste.”

Alexandre Andrade Lima, presidente da AFCP (Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco) e da Unida (União Nordestina dos Produtores de Cana), concorda que o fenômeno El Niño terá grande influência negativa na safra 2015/16. “Já se instalou e vai diminuir a nossa produção”, lamenta. Ele faz uma projeção ainda mais alarmante: acredita que nos maiores estados produtores da região, Pernambuco e Alagoas, a redução pode chegar a 20%, dependendo da severidade do El Niño. Quanto à produção de cana no Nordeste, prevê uma redução média de aproximadamente 15%. “Uma pena, já que os preços dos produtos neste ano estão bem melhores em comparação com o ano passado”, ressalta.

Ao todo, 18 unidades irão processar cana no ciclo 2015/16 em PE. “Este ano aumentou mais duas unidades (Cruangi e Pedrosa). A Usina Cruangi, por exemplo, foi reaberta através de uma cooperativa de fornecedores de cana (a COAF), da qual sou presidente”, relata Lima.

Cunha observa que, a safra 2015/16 em Pernambuco deverá ter viés mais alcooleiro, reflexo da melhoria da remuneração do etanol. Além disso, nas regiões Norte e Nordeste as unidades deverão produzir mais etanol do que na safra passada: neste ciclo a previsão do mix de produção no Norte/Nordeste é de 53,17% para etanol e 46,83% para açúcar, ante 50,97% para etanol e 49,03% para açúcar na safra 2014/15.

Para o presidente do Sindaçúcar-PE, os preços começaram a desenhar um cenário melhor, porém ainda insuficiente para cobrir os déficits acumulados dos últimos anos, considerando as dívidas e passivos contraídos pelas empresas.
“O setor precisa ainda de uma política pública que premie as externalidades do etanol, inclusive por meio do aumento da CIDE sobre a gasolina. Inclusive em sintonia com a COP 21, o governo precisa valorizar os biocombustíveis e criar um imposto ambiental sobre os combustíveis que acarretam maior ônus ambiental, como a gasolina”, frisa Cunha, destacando que tal medida de valorização do etanol traria grande estímulo aos municípios do país que têm economia beneficiada pelo setor sucroenergético. Somente no Nordeste, cerca de 220 municípios são muito impactados pela atividade canavieira, segundo ele.

Veja matéria completa na editoria Nordeste na nova edição da CanaOnline.
Visualize no site ou baixe grátis o aplicativo da CanaOnline para tablets e
smartphones – www.canaonline.com.br