Regime pluviométrico irregular levou Bevap a implantar maior projeto de irrigação do setor sucroenergético nacional
21-11-2022

Entre área própria e de fornecedores, Bevap conta com mais de 30 mil hectares irrigados

A Bevap está localizada no Vale do Rio do Paracatu, região mineira de relevos planos, alta diversidade de solos, boa disponibilidade para captação de recursos hídricos, mas com um regime pluviométrico bastante irregular, marcado por picos de chuvas intensas e longos períodos de estiagem.

O gerente agrícola da unidade, Alécio Cantalogo Júnior, explica que a média pluviométrica local é de 1200 mm/ano. No entanto, esse volume é mal distribuído, levando a usina a enfrentar um déficit hídrico estimado de 950 mm/ano. “Por conta disso, desde a nossa concepção, temos investido em projetos de irrigação automatizados. É uma tecnologia intrínseca ao nosso DNA.”

Ele detalha que os pivôs são os responsáveis por irrigar a maior parte das áreas próprias da companhia: central (11 mil ha), rebocável (3,4 mil ha) e linear (2,3 mil ha). Mas é o gotejamento (1,5 mil ha) que entrega as maiores produtividades. “Nosso planejamento estratégico vem priorizando o aporte dessa tecnologia nos últimos anos. A intenção atual é trocar os carreteis por tubos gotejadores. Além disso, toda expansão futura em áreas de ‘corners’ deve ser implantada com essa ferramenta.” O sistema de irrigação por gotejamento na Bevap teve início em 2017, em 563 hectares. Hoje, ele já abrange uma área quase três vezes maior, com alguns canaviais atingindo a casa das 200 TCH.

Além de ganhos na produtividade, a Bevap espera ainda que a irrigação auxilie no prolongamento da vida dos canaviais e, consequentemente, na diluição dos altos custos de plantio da atualidade. “Estamos trabalhando para alcançar uma maior longevidade, entre 10 e 15 anos nas áreas irrigadas por pivôs, e entre 15 e 20 anos nas irrigadas por gotejo, mantendo sempre uma produtividade média acima dos três dígitos e buscando um TAH (Toneladas de Açúcar por Hectare) acima de 15 ton/ha”, salientou o gerente agrícola.

Outro benefício citado é a possibilidade de fazer aplicações de fertilizantes e defensivos via sistema, reduzindo dessa forma a quantidade de operações convencionais de tratos culturais. Em uma área de 280 hectares, por exemplo, a Bevap aplica vinhaça por meio dos tubos gotejadores. O projeto teve início em 2021 e já resulta em economia na compra de fertilizantes químicos (cloreto de potássio granulado) e redução dos custos com aplicação tratorizada. Para o próximo ano, a companhia espera iniciar também a aplicação de biológicos via gotejamento.

Cantalogo Júnior aponta ainda outras vantagens da tecnologia, como maior eficiência na aplicação dos recursos hídricos e melhor aproveitamento de água pela planta. “No geral, a irrigação por gotejamento está nos atendendo muito bem. O investimento inicial pode até parecer alto, mas quando todas as operações são feitas corretamente, o retorno é certo.”

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