RenovaBio movimenta grandes grupos em busca da emissão de créditos de descarbonização
30-09-2019

Diversos produtores de etanol e biodiesel já se movimentam para buscar junto à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) as certificações necessárias para emitir os créditos de descarbonização previstos no programa RenovaBio.

Até o início da semana, 13 produtores já haviam iniciado as consultas públicas com as certificadoras, também reguladas pela ANP, de olho da receita adicional que será gerada pelo programa, a partir de 2020. Veja os detalhes no gráfico

O RenovaBio é um programa federal lançado em 2017, no governo Temer. Pretende estimular o mercado de biocombustíveis e reduzir a emissão de gases que contribuem para o efeito estufa.

A novidade são os créditos de descarbonização, os chamados CBios, que serão negociados em bolsa. Cada CBio vai equivaler a uma tonelada de carbono que deixará de ser lançado na atmosfera e, até 2028, estima-se que a matriz de combustíveis no país reduzirá em 10% as suas emissões de carbono.

Há estimativas que apontam para um valor individual os Cbios na casa de US$ 10 (cerca de R$ 40, mas estudos do MME chegaram a falar em R$ 146.

Resultados de simulações da Empresa de Pesquisas Energéticas (EPE) e da Unicamp estimam que os CBios possam valer entre R$ 35 e R$ 76 reais, respectivamente.

"Se houver apenas uma transação por CBio ao preço de R$ 35, o mercado do primeiro ano [2020] será de aproximadamente R$ 700 milhões", estima Felipe Bottini, sócio-fundador Green Domus.

A Green Domus é uma das firmas inspetoras responsáveis pelo cálculo da nota de eficiência energética a ser atribuída aos produtores de biocombustíveis. Essa nota definirá a quantidade de CBios que cada unidade poderá emitir.

"Estamos trabalhando em 49 plantas, produtoras de etanol de cana, de milho, biodiesel e biometano. Estimamos que nossos clientes irão emitir entre 6 e 11 milhões de CBios nos 12 meses subsequentes à certificação", afirma Bottini.

Fonte: Epbr