RIDESA e programa de pesquisa da Austrália promovem intercâmbio de variedades de cana-de-açúcar
15-04-2016

Recentemente, a RIDESA (Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético) divulgou para a imprensa que participa de um intercâmbio internacional de germoplasma entre programas de melhoramento ao redor do mundo. “Desde 2011 o programa de melhoramento genético da cana-de-açúcar da UFSCar, em nome e em consentimento das outras universidades, tem se responsabilizado em contatar diferentes instituições, com o objetivo de firmar acordo para troca segura de germoplasma e espécies relacionadas de cana-de-açúcar para o uso somente como genitores nos cruzamentos e em experimentos de competição varietal”, afirma Danilo Eduardo Cursi, engenheiro agrônomo e pesquisador do Programa de Melhoramento Genético de Cana-de-açúcar (PMGCA) da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) – programa pertencente à RIDESA.

Segundo ele, a maior parte das variedades trocadas com outras instituições de pesquisa não será adaptada às condições de cultivo do Brasil. Porém, a maior parcela destes materiais possui características de interesse para os pesquisadores do Brasil que, por meio do melhoramento, poderão ser incorporadas às variedades brasileiras. “Algumas características podem ser citadas como: alto rendimento de cana e açúcar, resistência a insetos e doenças, brotação das soqueiras, entre outras.”

Além disso, ele ressalta que as principais variedades RB's estarão sendo exportadas e, portanto, testadas sob diferentes condições edafoclimáticas. Desta forma, importantes informações, como reação a doenças ainda não presentes no Brasil, serão fornecidas aos pesquisadores da RIDESA. “Estes informes são bastante relevantes, uma vez que medidas prévias e estratégias de melhoramento podem ser tomadas de forma antecipada e preventiva”, sublinha Danilo.

O primeiro acordo estabelecido pela RIDESA para troca de variedades foi com o programa de melhoramento genético da cana-de-açúcar da Sugar Research Australia (SRA, ex-BSES), um dos maiores centros de pesquisa com melhoramento de cana do mundo. O interesse no intercâmbio de germoplasma partiu do pesquisador Mike Cox, pouco antes e durante os meses em que Danilo passou em treinamento junto à equipe da SRA, em 2011.

Desde o período que permaneceu na Austrália até seu retorno à RIDESA/UFSCar, Danilo, juntamente com o professor Hermann Paulo Hoffmann, coordenador do PMGCA/UFSCar, mantiveram contato com os pesquisadores responsáveis pelo convênio, iniciando-se então os trâmites para a realização do acordo. “Após um longo período de negociação, ambas as instituições acordaram em fazer o intercâmbio de até 10 variedades por ano durante os cinco anos de duração do contrato. Para isso, o material a ser trocado deve possuir um nível mínimo de biossegurança e padrões selecionados para reduzir o risco de contaminação com pragas e doenças previamente estabelecidas”, explica Danilo.

No início de 2016, as primeiras 10 variedades australianas chegaram ao Brasil e, por dois anos, serão submetidas a rigorosos testes fitossanitários no Quarentenário, seguindo legislação específica determinada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária do Brasil (MAPA). Após a liberação, os materiais serão conduzidos até o Centro de Ciências Agrárias da UFSCar, em Araras, SP, onde serão multiplicados e caracterizados. Logo em seguida, serão enviados para os bancos de germoplasma da RIDESA, onde serão disponibilizados para utilização em cruzamentos por todas as universidades pertencentes à Rede. Em paralelo, serão acompanhados os resultados das variedades RB's na Austrália, sendo que as primeiras enviadas chegaram ao país da Oceania em setembro de 2015.

Além da Austrália, outros programas de melhoramento de relevância e expressividade ao redor do mundo estão sendo contatados. Em março de 2016, a UFSCar aprovou o seu mais novo contrato de troca de variedades, desta vez com o Centro de Investigación de la Caña de Azúcar de Colombia (CENICAÑA).


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