RIDESA inicia programa de troca de variedades com os principais órgãos de melhoramento do mundo
24-03-2016

Ridesa/UFSCar e instituição australiana trocarão variedades para pesquisa ao longo de cinco anos; confira mais informações sobre o assunto na próxima edição da CanaOnline

Em 2015, Robert Magarey, fitopatologista da SRA (Sugar Research Australia), principal órgão de pesquisa de variedades de cana australiano, veio a Araras, SP, ministrar palestra sobre doenças e pragas que atingem a cana-de-açúcar. O PMGCA (Programa de Melhoramento Genético de Cana-de-açúcar) da UFSCar, integrante da Ridesa (Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético da Universidade Federal de São Carlos), aproveitou a vinda de Magarey para convidá-lo a conhecer um pouco da cadeia da cana-de-açúcar brasileira.
Acompanhado pelo pesquisador Danilo Cursi, Magarey conheceu as instalações do PMGCA, situado no campus da UFSCar de Araras, incluindo o Laboratório de Biotecnologia de Plantas.
Também visitou o Centro de Cana do IAC (Instituto Agronômico), em Ribeirão Preto, a sede da CanaOeste, em Sertãozinho, e umas das maiores processadoras de cana do mundo, a Usina São Martinho. Havia o interesse que ele conhecesse a estrutura de multiplicação de mudas da empresa. “Eu já tinha conhecimento do tamanho da indústria canavieira do Brasil, que é dez vezes maior do que a australiana, mas fiquei impressionado”, confidenciou.

INTERCÂMBIO CIENTÍFICO – Com a presença de Magarey no Brasil, a Ridesa/UFSCar aproveitou para divulgar um contrato que firmou com o centro de pesquisa australiano de cana-de-açúcar para troca de variedades.
O acordo prevê que a Ridesa/UFSCar vai receber 50 variedades australianas, e a instituição brasileira enviará outras 50 para a Austrália. Estes materiais serão utilizados somente para fins de pesquisa e cruzamento de variedades de cana.
Pelo contrato, serão trocadas 10 variedades por ano, ao longo de cinco anos. A primeira troca de materiais aconteceu já no ano passado.
Segundo Danilo Cursi, no primeiro grupo de materiais RB que foi para a Austrália estão, por exemplo, a RB935744, a RB855536, a RB855156 e RB855113, entre outras, todas desenvolvidas pela Ridesa/UFScar.
Nos próximos anos, serão englobadas no intercâmbio com a Austrália variedades RB desenvolvidas por toda a rede de programas de pesquisa que compõe a Ridesa.
Para Magarey, este tipo de intercâmbio é muito importante para o trabalho de melhoramento genético. “É como se estivéssemos trocando genes. Genes de interesse que existem no Brasil podem ser utilizados em pesquisas na Austrália e vice-versa. O objetivo é conseguir melhorar cada vez mais as variedades de cana disponíveis no país, utilizando características importantes de materiais de outro país que produz cana-de-açúcar.”
Além desse intercâmbio de materiais com o Brasil, a Austrália tem acordo de troca de variedades com outros países produtores de cana-de-açúcar. “Fazemos esta troca de variedades para utilizar em cruzamentos, para aumentar a variabilidade genética e para a obtenção de melhores cruzamentos”, relata o pesquisador.
Esse programa de intercâmbio de materiais entre a RIDESA e diferentes programas de melhoramento do mundo já está a todo vapor. Inclusive, depois da Austrália, a Colômbia deverá ser o segundo país a intercambiar variedades com as universidades federais brasileiras. Confira mais informações sobre este programa na próxima edição da Revista CanaOnline.

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