Ridesa também desenvolve pesquisa de cana transgênica
03-02-2016

Outro problema que atrasa a transgenia em cana é que não é uma cultura de interesse para outros países, com envolvimento de grandes multinacionais

Monalisa Sampaio Carneiro, pesquisadora do Laboratório de Biotecnologia de Plantas da UFSCar, uma das universidades que compõe a RIDESA (Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético), lidera as pesquisas com transgenia na instituição e diz que a contribuição da transgenia em cana tem que ser esperada com cautela. “Se olharmos as demandas da safra, hoje o produtor de cana precisaria de um leque de variedades que atenda às diferentes necessidades de safra e de determinado local de plantio. O setor está no afã de que essa tecnologia venha suprir todas essas demandas, mas não tenho esperança que isso aconteça num só momento.”

Quando os pesquisadores chegarem lá, será uma variedade de cana transgênica com uma característica pontual modificada geneticamente. “Será uma variedade para resolver um problema em dado aspecto de produção. Mas a contribuição de vários órgãos de pesquisa para este objetivo, privados e públicos, é muito importante, até pra que o objetivo seja alcançado o mais rápido possível.”

RESISTÊNCIA À SECA

Monalisa lembra que pesquisar cana-de-açúcar não é fácil. A complexidade está exatamente nas características genéticas da planta. O ser humano, por exemplo, tem 23 pares de cromossomos. O maracujá tem 18. Já a cana tem de 80 a 120 cromossomos. Inclusive existe variação entre as diferentes variedades.

Outro problema que atrasa a transgenia em cana é que não é uma cultura de interesse para outros países, com envolvimento de grandes multinacionais. A Austrália começou a trabalhar com cana transgênica mais cedo, mas a impressão que se tem é que há certo receio em ser o primeiro país a lançar um material geneticamente modificado no mercado, temendo a reação dos importadores de açúcar na hora de comprar um produto feito a partir de uma cana transgênica.

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