Safra 2024/25 deve atingir novo recorde e alcançar 336,1 milhões de toneladas de grãos
16-06-2025

Alta de 13% sobre ciclo anterior é impulsionada por aumento de área cultivada, clima favorável e avanço tecnológico no campo

A produção brasileira de grãos para a safra 2024/25 segue com estimativas bastante positivas, podendo alcançar a marca histórica de 336,1 milhões de toneladas. O dado consta no 9º Levantamento da Safra de Grãos 2024/25, divulgado na última quinta-feira (12) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O volume representa um crescimento de 13% em relação ao ciclo anterior, ou seja, um acréscimo de 38,6 milhões de toneladas.

O desempenho recorde é atribuído, principalmente, à combinação entre melhor produtividade média das lavouras, estimada em 4.108 kg/ha, e o aumento de 2,3% na área plantada, que agora soma 81,8 milhões de hectares em todo o território nacional. Esses avanços refletem não apenas as boas condições climáticas observadas em grande parte do país, como também a adoção intensiva de tecnologias por parte dos produtores rurais.

O milho, principal cultura da segunda safra, segue como destaque da produção brasileira. A Conab estima um volume total de 128,3 milhões de toneladas, sendo 101 milhões de toneladas oriundas apenas da segunda safra, um crescimento de 12,2% em comparação ao ciclo anterior. A colheita já teve início nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Tocantins, Maranhão e Paraná, e é impulsionada por excelente produtividade e condições climáticas favoráveis durante todo o desenvolvimento do cereal.

Outro destaque é a soja, que já teve a colheita concluída. A produção está estimada em 169,6 milhões de toneladas, um salto de 21,9 milhões de toneladas frente à safra 2023/24 — um recorde histórico nas estatísticas da Conab. O resultado é atribuído ao uso crescente de tecnologias agrícolas de ponta e à regularidade das chuvas nas principais regiões produtoras.

Na cultura do algodão, os dados preliminares apontam para o início da colheita em 1,4% da área plantada, com produção estimada em 3,9 milhões de toneladas de pluma, 5,7% superior à safra anterior. O crescimento foi viabilizado pelo aumento de 7,1% na área cultivada, ainda que a produtividade tenha sido ligeiramente inferior, em função de chuvas irregulares em algumas regiões.

A produção de feijão, cultivado em três etapas ao longo do ano, deve somar 3,17 milhões de toneladas, quantidade suficiente para atender ao mercado interno. Na primeira safra, já encerrada, foram colhidas 1,1 milhão de toneladas. A segunda safra avança com trabalhos de colheita principalmente em Minas Gerais (74%) e Paraná (98%), enquanto a terceira safra está em fase inicial de plantio.

O arroz, alimento fundamental na mesa dos brasileiros, também apresenta desempenho positivo. Com a colheita praticamente encerrada, a produção estimada é de 12,15 milhões de toneladas, uma alta de 14,9% em relação ao ciclo anterior. O crescimento foi impulsionado tanto pelo aumento de área cultivada quanto pelas condições climáticas mais favoráveis, especialmente no Rio Grande do Sul, maior estado produtor.

Entre as culturas de inverno, o trigo segue com o processo de plantio, que já cobre aproximadamente 42% da área nacional prevista. No Paraná, o ritmo está adiantado, atingindo 72% da semeadura, percentual alinhado à média dos últimos cinco anos. No Rio Grande do Sul, o avanço é mais lento, alcançando apenas 8%, devido à ocorrência de chuvas frequentes e intervalos curtos de tempo seco no final de maio.

No campo do mercado e abastecimento, a Conab manteve estáveis as projeções do quadro de suprimentos da safra 2024/25, com pequenas revisões nos estoques de passagem de milho e arroz. No caso do milho, a alteração reflete ajustes na estimativa de produção. Para o arroz, a modificação decorre da redução na expectativa de exportação, o que impacta diretamente os volumes disponíveis para o mercado interno.