Safra canavieira 2021/22 foi maravilhosa em termos de margens
31-03-2022

A safra 2021/22 pode ser analisada pela ótica do copo meio vazio e do copo meio cheio
A safra 2021/22 pode ser analisada pela ótica do copo meio vazio e do copo meio cheio

Aumento de custo operacional de produção de cana na safra 2021/22 foi de 40%, mas valor dos produtos da cana aumentou 56%

Em palestra no evento Expedição Custos Cana, realizado pelo Pecege, João Rosa, o popular Botão, coordenador de projetos do Pecege, salientou que o custo operacional de produção de cana subiu 40%. E o custo para moer uma tonelada de cana saiu de 18 reais na safra 20/21 para 25 reais na safra 21/22, também 40%.

Entre as composições deste custo estão:

- Tratos culturais em cana-soca que, na safra 2020/21 registrou custo por hectare entre R$ 2.500,00 a R$ 2.600,00. Na safra 2021/22 o valor ficou entre R$ 2.900,00 a R$ 3.000,00.

- CTT – colheita, corte, transbordo, transporte, apoio e a estrutura administrativa para tocar o sistema de colheita – que passou de R$ 27,00 por hectare na safra 2020/21 para R$ 35,00 no ciclo 2021/22.

Mesmo com aumento de custo de produção em 40%, na análise de Botão a safra 2021/22 foi maravilhosa em termos de margens, já que o valor dos produtos da cana aumentou 56%. Assim, na visão de Botão, a safra 2021/22 pode ser analisada pela ótica do copo meio vazio e do copo meio cheio.

Entre os exemplos citados por Botão que geraram ganhos significativos para o setor, está a co-geração de energia, na safra 20/21 o preço médio do megawatt/hora (Mwh) foi de R$ 272,00, no ciclo 21/22 chegou a R$ 420,00, já o custo do (Mwh) subiu de R$ 3,41, para R$ 3,68. Mesmo as unidades que não comercializam energia, mas vendem bagaço de cana, foram bem remuneradas, a tonelada de bagaço que custava em média 150 reais, alcançou 400 reais no ciclo 21/22.

O produtor de cana apesar do aumento de custos, seca, geadas e incêndios também não pode reclamar, ressaltou Botão, afinal o custo de produção de cana ficou em média em 143 reais, já a tonelada de cana comercializada pelo sistema Consecana puro, as unidades sucroenergéticas pagaram o valor na média de 167 reais. “Lembrando que a maioria dos contratos segue o Consecana e algo mais. O sistema serve como referência, a partir dele acrescenta um plus de preço, por exemplo de 10%, ou se faz uma composição ATR fixo + cana spot.”

Em sua análise final, Botão ressaltou que o setor ganhou dinheiro na safra 2021/22. Para o consultor, parte desses ganhos deve ser revertido em investimentos em tecnologia, para aumentar a produtividade dos canaviais por mais cortes, reduzindo os custos e aumentando a lucratividade.

Fonte: CanaOnline