Safra com alto custo de produção
16-09-2021

 Menor produção, menor margem para diluir o custo de produção
Menor produção, menor margem para diluir o custo de produção

Não só os fertilizantes pesam mais nos custos de produção desta safra 2021/22, o diesel e os defensivos também

Muitos estão dizendo que “com o alto preço do etanol, os usineiros estão enchendo o bolso de dinheiro”. Porém, se o preço do etanol e do açúcar estão bem remunerados, por outro lado, é preciso ressaltar que nesta safra na região Centro-Sul em decorrência de seca, geadas e incêndios, haverá uma redução de mais de 100 milhões de toneladas em relação à safra passada, que foi de 605 milhões. Menos cana, menor a margem de diluição dos custos operacionais.

Mas não é só a cana que sente os impactos do aumento dos custos, é o campo como um todo. Custos que sofrem alta elevação nesta safra por conta do aumento dos fertilizantes, um exemplo é o Cloreto de Potássio (KCl) que saltou de U$ 250,00 por tonelada em janeiro de 2021 para U$ 720,00 por tonelada no início de setembro.

Outros dois importantes itens na composição de custo de produção também apresentaram avanços. No caso dos defensivos agrícolas, a elevação estimada de gastos da safra 2021/22 foi de 3% para a produção de trigo, de 6,7% para o milho verão, de 9% para o feijão, de 11,1% para o arroz irrigado, de 11,2% milho segunda safra e de 12,5% para a soja. Nos casos dos gastos com diesel e com a manutenção preventiva das máquinas, foram calculadas elevações de 10,3% para a produção de soja na safra 2021/22, de 10,5% para o milho verão, de 15% para o milho segunda safra, de 11,9% para o trigo, de 15,4% para o feijão e de expressivos 21,1% para o arroz irrigado, também da safra 2021/22 em relação à anterior.

 Diante dos aumentos nos gastos com os fertilizantes, defensivos agrícolas, diesel, com a manutenção preventiva das máquinas e de outros itens, a estimativa do orçamento total de produção para a safra 2021/22 cresceu, sendo a maior alta a calculada para a soja, de 32,9%. No caso do trigo, o incremento nos custos de produção calculado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP), foi de 31,6%; para o milho verão, de 30,9%; para o milho segunda safra, de 28,7%; para o arroz irrigado, de 20,1%; e, para o feijão, de 16,1%. A propósito, esses custos podem registrar novos avanços no decorrer desta safra 2021/22, dependendo muito do clima e de incidências de pragas e doenças nas lavouras, do comportamento da taxa de câmbio (dólar) e dos preços das matérias-primas dos agroquímicos e do petróleo nos países produtores.

  Fonte: CanaOnline