Safra de cana goiana deve crescer pouco
03-05-2018

Os preços mais baixos do etanol nos postos de combustíveis da capital, depois do início da colheita da safra de cana-de-açúcar no Estado, podem não durar muito tempo. É que o crescimento da produção não acompanhou o forte aumento da demanda pelo combustível verde, desde o início deste ano. Enquanto a procura por etanol já cresceu cerca de 30%, a expectativa é que a safra de cana-de-açúcar chegue a 72 milhões de toneladas este ano, um pequeno crescimento frente os 70 milhões de toneladas colhidos em 2017.
O Sindicato das Indústrias de Fabricação de Etanol de Goiás (Sifaeg) e o Sindicato da Indústria de Fabricação de Açúcar (Sifaçúcar) acreditam que as usinas do Estado irão produzir mais de 150 milhões de litros de etanol hidratado nesta safra: a produção deve saltar de 3,295 bilhões em 2017 para 3,450 bilhões de litros neste ano. Já a produção de açúcar deve recuar: de 2,2 milhões de toneladas para 2,1 milhões de toneladas. Com isso, a participação da geração de açúcar nesta safra deve cair de 23,5% para 22%.
A estimativa preliminar foi feita com base em questionários preenchidos pela usinas goianas. O presidente do Sifaeg e Sifaçúcar, André Luiz Rocha, informa que 37 usinas estão moendo cana nesta safra. Apesar do aumento da demanda pelo combustível nos postos, ele explica que um possível aumento do plantio este ano só deve produzir reflexos a partir das safras de 2019 ou 2020.
André lembra ainda que a produção deve ser afetada pela redução do ATR da cana (açúcar total recuperável), que deve cair de 141 quilos para 138 quilos por tonelada nesta safra atual, o que significará um rendimento um pouco menor por conta de fatores climáticos.
De acordo como presidente do Sifaeg e Sifaçúcar, o comportamento da produção nas próximas safras ainda dependerá das metas que serão definidas pelo programa federal RenovaBio, que pode elevar a área plantada de cana de inverno. Estas metas devem ser estabelecidas no próximo mês de junho.
“De qualquer forma, só veremos um maior volume de cana plantada se transformar em mais etanol ou açúcar para o mercado nos próximos anos, principalmente em 2020”, destacou André.
Ele adverte, porém, que um crescimento mais ou menos significativo da produção também dependerá da segurança jurídica sentida pela usinas no mercado brasileiro. “As empresas precisam sentir essa segurança e uma boa competitividade no mercado para retomarem a confiança e voltarem a fazer investimentos num aumento da produção.”
A expectativa da Datagro é que a moagem de cana pelo Centro-Sul deve cair de 601 milhões de toneladas, na temporada 2017-2018, para 580 milhões de toneladas em 2018-2019.