Safra de dificuldades
25-11-2016
A distribuição irregular das chuvas acabou impactando negativamente na produtividade final dos produtores
Boa parte da cana que será colhida no ciclo 2017/18 sofreu com as oscilações do clima verificadas ao longo de 2016. Depois do início de ano bastante chuvoso, a partir do final de março começou uma estiagem severa, prejudicando o desenvolvimento dos canaviais. “A seca inesperada atingiu o período de maior pico de crescimento. Houve grande evapotranspiração. Tivemos uma elevação de temperatura jamais vista. Teve região até com 4 graus acima da média histórica”, explica o engenheiro agrônomo Dib Nunes.
Quadro que mudou novamente entre maio e início de junho, “com a chegada de chuvas intermitentes e extemporâneas que surpreenderam as regiões canavieiras”, relata. Para piorar, o frio chegou mais cedo no Centro-Sul e várias regiões sofreram com a geada.
Depois os canaviais enfrentaram várias semanas de estiagem, até voltarem as chuvas a partir de setembro, mas que têm caído com bastante irregularidade nas regiões canavieiras. Manoel Ortolan, presidente da Canaoeste (Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo), acredita que o clima, de diferentes formas, acabou afetando diretamente os resultados obtidos pelos produtores. A distribuição irregular das chuvas acabou impactando negativamente na produtividade final dos produtores e favoreceu a ocorrência acentuada de pragas e doenças.
“Esta foi uma safra cheia de dificuldades e de muito aprendizado”, pontua Luiz Carlos Corrêa Carvalho, o Caio, diretor da Canaplan. A somatória de tantos problemas explica a queda da safra 2016/17, além de deixar uma herança preocupante sobre a cana que será colhida no ano que vem.
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