Safra de grãos 2024/25 deve atingir recorde de 330,3 milhões de toneladas, diz Conab
10-04-2025

Volume é 0,6% superior ao estimado em março e 10,9% maior que o colhido em 2023/24
Por Fernanda Pressinott — São Paulo
Com a colheita das culturas de verão em fase adiantada, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) elevou novamente sua estimativa para a safra de grãos em 2024/25, agora para um recorde de 330,3 milhões de toneladas. O volume é 0,6% superior ao estimado no mês passado e 10,9% maior que o colhido em 2023/24.
Em seu sétimo levantamento sobre a temporada, a autarquia justifica o incremento dizendo que a área plantada cresceu 1,7 milhão de hectares em relação a 2023/24 (para 81,7 milhões de hectares) e o clima também foi muito favorável no verão.
As perspectivas positivas para o clima também dão suporte para o desenvolvimento das culturas na segunda safra. Neste cenário, é esperada uma recuperação da produtividade em 8,6%, estimada em 4.045 quilos por hectares.
Dentre os produtos cultivados, a soja deve registrar o maior volume já colhido na história, com 167,9 milhões de toneladas, 13,6% mais que na safra passada.
O Centro-Oeste, principal região produtora do grão, deve registrar um novo recorde na produtividade média das lavouras com 3.808 quilos por hectare, superando o ciclo 2022/23, diz a Conab, no relatório. Em Mato Grosso a colheita já chega a 99,5% da área semeada com a produtividade média chegando a 3.897 quilos por hectares, a maior já registrada no estado mato-grossense. Cenário semelhante é visto em Goiás, onde os trabalhos de colheita já atingem 97% da área com uma produtividade de 4.122 kg/ha.
Com a colheita da soja avançada, o plantio do milho segunda safra está próximo de ser finalizado. A produção total do cereal, somados os três ciclos da cultura, está estimada em 124,7 milhões de toneladas em 2024/25, crescimento de 9 milhões de toneladas em relação ao ciclo passado. Só na segunda safra do grão é esperada uma colheita de 97,9 milhões de toneladas, resultado de uma maior área plantada, estimada em 16,9 milhões de hectares, combinado com uma recuperação de 5,5% na produtividade média prevista em 5.794 quilos por hectare.
Com a maior estimativa de colheita de milho em 2024/25, a Conab ajustou as previsões de consumo do cereal no mercado interno, de 86,97 milhões para 87,1 milhões de toneladas.
Já as exportações continuam projetadas em 34 milhões de toneladas. Dessa forma, a projeção é que o país tenha estoques do cereal muito confortáveis no fim da safra, de 7,4 milhões de toneladas. Anteriormente, a previsão era de 5,5 milhões de toneladas.
A colheita de arroz também segue em bom ritmo, com mais de 60% da área plantada já colhida. “As condições climáticas nas principais regiões produtoras, até o momento, são favoráveis para o desenvolvimento da cultura. Aliado ao manejo adotado pelos agricultores, a produtividade média deve registrar recuperação de 7,2%, estimada em 7.061 quilos por hectare”, afirma a autarquia.
A área de arroz também cresceu 7%, segundo as estimativas, chegando a 1,72 milhão de hectares. Com isso, a produção deve registrar uma alta de 14,7% em relação a 2023/24, para 12,1 milhões de toneladas.
No caso do feijão, o aumento previsto na produção é de 2,1%, para 3,3 milhões de toneladas somadas as três safras da leguminosa. A elevação acompanha a melhora na produtividade média das lavouras, calculada em 1.157 quilos por hectare, uma vez que a área se mantém estável em 2,86 milhões de hectares.
Para o algodão, a expectativa de produção recorde vem se confirmando. O plantio está concluído com estimativa de área em 2,1 milhões de hectares, crescimento de 6,9% sobre a safra 2023/24. Já para a produção de pluma é esperada uma colheita de 3,9 milhões de toneladas, 5,1% acima do volume produzido na safra anterior.
Sobre a produção de trigo, a Conab reduziu a estimativa de 9,2 milhões para 8,5 milhões de toneladas. O plantio do cereal apenas começou e a autarquia declara que “o número atual é resultado de modelos estatísticos, análises de mercado, previsões climáticas e informações preliminares”.
Fonte: Globo Rural