Safra e preço dos combustíveis inibem alta no valor do etanol
28-12-2015

O período de entressafra das usinas que processam a cana-de-açúcar para a fabricação de etanol costuma representar aumento no preço do combustível. Para o início de 2016 a tendência pode ser diferente. Primeiro, porque as empresas ainda não encerraram a moagem. Segundo, porque hoje é mais vantajoso abastecer com gasolina.
Normalmente as empresas encerram a safra no fim de novembro. Neste ano, por causa de fatores como as fortes chuvas neste mês e em novembro, as usinas continuam processando a matéria prima. As precipitações intensas impedem que a cana seja retirada.
A Della Coletta Bioenergia (DC Bio), de Bariri, por exemplo, estima encerrar a safra no dia 31 de janeiro. Via assessoria de imprensa, a Raízen pretende concluir a moagem em suas 23 unidades até o dia 30 de dezembro.
Para o ano que vem as expectativas são positivas. Segundo o diretor superintendente da DC Bio, José Roberto Della Coletta, as chuvas de 2015 permitirão uma sobra de cana para a próxima safra.
Com a retomada da moagem prevista para abril, a entressafra será mais curta. Na região, o cultivo da cana aumentou na maioria das cidades no período de dez anos (veja quadro).
Além desse fator, os atuais preços da gasolina e do etanol na bomba não dão margem para majorações no preço do combustível à base de cana. Coleta de preços feita pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) em 14 de dezembro mostra que a paridade entre os dois combustíveis é de 0,72%.
Preferência
Para saber se vale a pena abastecer com o etanol, é preciso dividir o preço do combustível feito de cana pelo da gasolina. Se o resultado ficar em até 70% pode-se considerar que o consumo de etanol é economicamente mais viável em relação à gasolina.
O presidente da Associação dos Proprietários de Postos de Combustíveis de Jaú, João Saggioro, acredita que o preço do etanol sofrerá pouca variação no período de entressafra.
“As usinas estão mantendo os estoques mais equilibrados”, diz. “Além disso, temos observado uma mudança de hábito do consumidor, que tem preferido mais a gasolina.”