Safra 2016/17: sinal amarelo para os produtores de soja e milho
20-01-2017

Conab prevê que a colheita de soja ultrapasse 100 milhões de toneladas – algo inédito
Conab prevê que a colheita de soja ultrapasse 100 milhões de toneladas – algo inédito

Somadas, a produção das duas culturas deve chegar a 500 milhões de toneladas, cerca de 10% superior à safra anterior

Lara Moraes1 e Luiz Albino Barbosa2

A segunda quinzena de setembro marcou o início da safra brasileira 2016/2017 de soja e milho. E como todo começo de um novo ciclo, surgem as projeções sobre a safra – e algumas incertezas. Como será a produção? O clima vai ser um aliado? Os preços se comportarão de que forma? Esses são os principais questionamentos – e nós esperamos contribuir com essa discussão, apresentando uma análise a partir das projeções divulgadas.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), prevê que a colheita de soja ultrapasse 100 milhões de toneladas – algo inédito –, enquanto o milho deve alcançar patamares superiores a 80 milhões de toneladas, distribuídas entre a primeira e a segunda safra. Ao contrário da última safra, muito prejudicada pelos problemas climáticos devido ao fenômeno El Niño, o clima não deverá ser um problema agora. Além disso, diferentemente do ano anterior, os recursos do Plano Safra foram liberados dentro do prazo correto, o que permitiu a compra dos insumos por parte dos produtores. Os preços das commodities, no momento do plantio, eram maiores do que o custo de produção, o que também ajudou a motivar os investimentos nas culturas. Esses fatores, somados, explicam o otimismo nas projeções.

Para ser completa, a análise das safras de milho e soja no Brasil precisa levar em conta a produção dos Estados Unidos. Lá, os produtores estão finalizando uma colheita recorde. A combinação entre clima favorável e forte investimento em tecnologia fez com que a produtividade atingisse níveis altíssimos.

Foto: Safra brasileira de milho deve alcançar patamares superiores a 80 milhões de toneladas

Somadas, a produção das duas culturas deve chegar a 500 milhões de toneladas, cerca de 10% superior à safra anterior. Para efeito de comparação, o volume é 2,8 vezes maior que a safra brasileira de grãos 2015/16. Dada a produção vultosa, o desafio é garantir bom preço e rentabilidade para os produtores. Existe mercado suficiente para absorver essa produção?

O mercado já deu sinais de que a oferta vai reduzir a rentabilidade da soja e do milho, uma vez que as cotações dos grãos estão em baixa na Bolsa de Chicago. À medida que a colheita americana se aproxima do final, se torna ainda mais complicado manter os preços num patamar elevado – a despeito da demanda internacional aquecida. Além disso, se as boas expectativas da safra brasileira se concretizarem, aumenta a chance de as cotações permanecerem em um menor patamar no curto prazo.

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