Safras desconsidera quebra da cana no Centro-Sul e crava 600 milhões de toneladas; açúcar, 43,5 m/t no BR
10-02-2021

A quase chegando colheita da cana não deverá ser menor que a última, segundo a S&M (Imagem: Reuters/Paulo Whitaker)
A quase chegando colheita da cana não deverá ser menor que a última, segundo a S&M (Imagem: Reuters/Paulo Whitaker)

A Safras & Mercado é a única consultoria e agência de inteligência que segue não falando em quebra da safra de cana na temporada que oficialmente começa em 1º de abril. E com mais açúcar também.

Por Giovanni Lorenzon

Se a maioria das análises está estimando até 4% de queda da matéria-prima, sobre as pouco mais de 597 milhões de toneladas moídas na até janeiro, segundo a Unica (associação setorial do Centro-Sul), a empresa crava um patamar levemente superior a 600 milhões/t (fora Nordeste, cuja safra é no segundo semestre) para o ciclo 21/22.

Por este fundamento, não haveria, para a Safras, reforço de alta nos contratos futuros do açúcar em Nova York, além dos patamares vigentes nesta entressafra, em torno dos 16.30 centavos de dólar por libra-peso no março (sai da tela esta semana).

A quebra das lavouras está sendo atribuída à seca do segundo semestre de 2020, mas o analista Maurício Muruci, coloca em dúvida.

“Está chovendo bem desde início de novembro”, diz, fator que demostra capacidade de recuperação.

Além disso, os dias de sol também estão bastantes regulares neste verão, outro ponto importante para o desenvolvimento da cana, que necessita de água e radiação bem distribuídas.

Da produção de açúcar, a projeção de Muruci é de 43,5 milhões/t, aqui entrando o Nordeste. Centro-Sul ficaria em 40 milhões/t. Outro fundamento de pressão sobre as cotações da commodity.

A Unica, por exemplo, destacou pouco acima de 38 milhões/t na safra 20/21, de Goiás ao Paraná.

E já com Índia sendo apreciada com superávit na temporada que começa em outubro.

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