Santander propõe que Grupo Moreno venda duas de suas unidades para a Cofco
11-09-2020

Pedido de recuperação judicial do Grupo Moreno está sendo analisada por meio de assembleias online de seus credores, entre eles o banco Santander

O plano de recuperação judicial do Grupo Moreno, que solicitou a recuperação em 18 de setembro de 2019, está sendo analisado por seus credores. Já ocorreram duas assembleias online. Na primeira, realizada em primeira realizada em 14 de agosto de 2020, o Grupo Moreno apresentou um plano de recuperação com a previsão de vendas de ativos, que se iniciava com a venda do projeto de cogeração, depois a capitalização com a venda de outros ativos, que poderia até ser uma unidade, no caso a Central Energética Moreno Açúcar e Álcool (CEM), localizada em Luiz Antonio, SP, mas isso, só no caso de o Grupo não estiver honrando a previsão do plano. 

O Grupo Moreno é composto pelas empresas Central Energética Moreno de Monte Aprazível Açúcar e Álcool (CEMMA), Coplasa - Açúcar e Álcool Ltda, instalada em Planalto, SP, Agrícola Moreno de Luiz Antônio (AMLA), Agrícola Moreno de Nipõa Ltda. (AMN) e Planalto Bioenergia Spe.

Porém, os bancos não aceitaram a proposta. “O Santander, um dos principais credores do Grupo Moreno, apresentou um plano alternativo, propondo a venda das unidades CEMMA e COPLASA para a Cofco International, dona de uma unidade sucroenergética há 30 quilômetros de distância duas unidades da Moreno”, Donaldo Paiola, produtor rural e representante dos fornecedores e arrendatários da Moreno, cerca de 750 produtores de cana.

Em resposta, o Grupo Moreno colocou em seu plano de recuperação a venda da Central Energética Moreno (CEM), de Luiz Antonio, que na primeira versão do plano aparecia como condição de venda, caso o Grupo não cumprisse seus compromissos. Mas a proposta não saciou o apetite dos bancos, que querem mais, o principal objeto de desejo é a Coplasa, a maior das três unidades, com capacidade de moagem para 6 milhões de toneladas de cana- de-açúcar por safra.

Entre os bancos, quem mais pressiona para que as unidades sejam vendidas é o Santander, que ameaça até mesmo pedir a falência do Grupo Moreno. No entanto, informou uma fonte, o Santander além de ser credor, também atua como “corretor” na venda para a Cofco, o banco tem mandato de compra da usina. O que, para muitos, significa conflito de interesse e, nesse caso, o Santander não pode votar.

 Procuramos o Santander para saber seu posicionamento em relação à recuperação judicial do Grupo Moreno e a assessoria de imprensa nos informou que o banco Santander não fala sobre a situação de seus clientes.

Segundo Paiola, o plano de recuperação judicial apresentado pelo Grupo Moreno é bastante sólido e viável, não necessitando a venda das duas unidades, como exige o Santander. Destacando que a Moreno está fazendo a lição de casa para cumprir seu plano, por exemplo, cuidar de seus canaviais. “Ter matéria-prima, ter cana para moer é um dos principais fatores que contribuem para a recuperação de uma usina, e a Moreno tem cuidado muito bem de seus canaviais. Acompanhamos no dia a dia o trabalho que realizam em tratos culturais, tudo muito certo”, salienta Paiola.

No dia 23 de setembro, os representantes da Moreno devem apresentar o plano de recuperação com alterações e a nova assembleia dos credores do Grupo Moreno ocorrerá no dia 28 de setembro, será online, aberta, podendo ser acompanhada pelo Youtube.

Fonte: CanaOnline