São Martinho dá largada em créditos do RenovaBio
31-01-2020

O Grupo São Martinho foi a primeira empresa produtora de biocombustíveis a completar o processo de criação de Créditos de Descarbonização (CBios), que serão vendidos em mercado de balcão para que as distribuidoras cumpram as metas de descarbonização estabelecidas pelo programa RenovaBio. Um CBio equivale a uma tonelada de gás carbônico evitada com o uso de um biocombustível no lugar de um combustível fóssil.

Até o momento, foram emitidos 15 mil “pré-CBios” referentes a vendas do etanol produzido pela Usina Boa Vista, em Quirinópolis (GO) e efetivadas entre 24 e 31 de dezembro, disse ao Valor Helder Gosling, diretor comercial do grupo.

Os “pré-CBios” são emitidos na Plataforma CBio, gerida pelo Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), a partir da inserção das notas fiscais das vendas de etanol realizadas e da checagem do sistema. Com a geração desses títulos, as instituições financeiras que se cadastrarem para o programa poderão escriturá-los.

Na safra 2018/19 (encerrada em março passado), a Usina Boa Vista emitiu 134.151 toneladas de gás carbônico em seus processos (considerando o escopo 1 da

relatório de sustentabilidade do grupo. Isso significa que, em uma semana, a venda de etanol produzida nessa unidade - que, nos tanques, substituirá o uso de combustível fóssil - foi capaz de compensar o equivalente a 11% das emissões da unidade na safra anterior.

Na Usina Boa Vista, um CBio é gerado a partir de 776,9 litros de etanol hidratado vendidos - ou seja, 776,9 litros de etanol hidratado, quando utilizados em substituição à gasolina, “evitam” a emissão de 1 tonelada de gás carbônico equivalente. Cada unidade produtora de biocombustível tem sua pegada de carbono específica no RenovaBio.

O Grupo São Martinho está em fase final de contratação de uma instituição financeira para escriturar os CBios, o que depende da aceitação da B3 das instituições que queriam participar, segundo Fabio Venturelli, presidente do grupo. “Estou otimista com a evolução dos agentes financeiros, que já começam a se demonstrar qualificados e capacitados. E, na ponta compradora, vemos as distribuidoras preparadas para operacionalizar”, acrescentou.

 

Fonte: Valor Econômico