Se houver demanda, usinas têm capacidade para aumentar produção de etanol em alguns bilhões de litros

06-05-2015

Segundo a Unica (União das Indústrias de Cana-de-açúcar), nos primeiros quinze dias de abril deste ano as vendas de etanol carburante pelas unidades produtoras da região Centro-Sul tiveram expressivo incremento comparativamente com os resultados da 1ª quinzena de abril de 2014. O volume comercializado de etanol hidratado carburante aumentou 52,84% no período, totalizando 693,70 milhões de litros, contra 453,86 milhões de litros na mesma quinzena de 2014.

Com a demanda aquecida, estes números confirmam a projeção feita por Antonio de Padua Rodrigues, diretor técnico da entidade, no início de abril. “A tendência é de que esta safra seja mais alcooleira.” Ele aponta duas principais razões para isso. A primeira é por conta do aumento da mistura do etanol anidro à gasolina, de 25% para 27%. A segunda é o incremento nas vendas de etanol hidratado em Minas Gerais, por conta da redução do ICMS no estado, de 19% para 14%. Além disso, existe um cenário de preços para o etanol melhores do que para o açúcar.

Mas com o aumento das vendas de etanol, tanto anidro como hidratado, as usinas conseguem suprir a demanda? “Temos hoje capacidade instalada para aumentar a capacidade de etanol em alguns bilhões de litros, tanto de anidro como hidratado. As unidades do país podem produzir 3 a 4 bilhões a mais do biocombustível. Se necessário, as usinas podem fazer mais porque temos fábrica para isso.”

Não é simples calcular a capacidade total de produção de etanol pelo setor, uma vez que depende do aproveitamento de tempo das usinas ao longo da safra. Mas ele garante: “temos capacidade instalada de produzir etanol, cadastrada na ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), muito maior do que a produção que temos hoje, tanto de anidro como de hidratado”.

Segundo Padua, o “estrangulamento não está na fábrica de etanol, nem de açúcar, mas na capacidade de moagem”.

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