Se não fosse as ondas de expansão o Brasil ainda estaria com os números de produção dos anos de 1980
22-11-2024

Essa análise é de Ricardo Pinto, presidente da Consultoria RPA, e esta no livro ‘Cana de Tudo: do Açúcar Ao Infinito’
Em sua participação na live “As Finanças do Setor Bioenergético”, para conteúdo do livro ‘Cana de Tudo: do Açúcar Ao Infinito’, Ricardo Pinto, presidente da Consultoria RPA, relembrou que da época do ProÁlcool houve empresas que se se transformaram em megas usinas e as que fecharam. “Quem surfou na crista da onda é porque teve gestão”, salientou.
Ricardo observou que em outra onda expansionista, a de 2005 a 2011, foram inauguradas 103 unidades, quando existiam 265, ou seja, mais de 30% do setor em apenas seis anos. “Quem tinha gestão eficiente, não só sobreviveu, como cresceu, já outros foram para a recuperação judicial (RJ). Em janeiro de 2023 havia 103 unidades em RJ, a boa notícia é que em janeiro de 2024 caiu para 90 unidades em RJ.”
Após longo ciclo em baixa, segundo Ricardo, o setor parece estar finalmente em uma guinada positiva. “Nas últimas safras, as usinas aumentaram seu faturamento, expandiram suas margens e reduziram parte de suas dívidas. O setor vai precisar crescer em cana, o mercado internacional de etanol vai crescer, o mundo vai precisar de açúcar e etanol do Brasil. Atualmente, o Brasil responde por 55% do mercado de açúcar”, salientou
Na opinião do consultor, as empresas que “surfarão” melhor nessa nova onda serão aquelas com a gestão mais profissionalizada. “Todas trabalham com a mesma commodity, mas existem aquelas que conseguem ganhar dinheiro mesmo com preços baixos, enquanto outras se afundam em dívidas. Existem as usinas que sabem ler o momento e ‘puxam o freio de mão’ e as que expandem a qualquer custo. No final, é como a seleção natural proposta por Darwin, em que só permanecerão as mais eficientes.”
Na análise de Ricardo, se não fosse essas ondas como o ProÁlcool, o Brasil ainda estaria com os números de produção dos anos de 1980, em que o Brasil chegou a importar açúcar e o mundo tinha Cuba como grande player de açúcar. “Altos e baixos são típicos de capitalismo e acredito que estamos em fase de estar melhorando, as finanças mostram isso, quem já fez água, já fez, alguns até estão renascendo, o setor começa uma safra de vacas gordas. “
Porém, alerta para um ponto de atenção, uma terceira crise deve chegar em breve aos canaviais brasileiros. “O álcool de milho já representa 15% do total produzido internamente, sem falar que a Petrobras parece estar segurando novamente os preços da gasolina. Enfim, a fase atual é bastante positiva, mas já conseguimos observar desafios no horizonte.”
Para conferir o conteúdo completo do livro ‘Cana de Tudo: do Açúcar Ao Infinito’, clique no link - https://canaonline.com.br/conteudo/cana-de-tudo-do-acucar-ao-infinito.html