Se o produtor de cana não entender bem o clima, pode “entrar numa aventura”
06-10-2016

Esta é a opinião do professor José Luiz Demattê. Segundo ele, em qualquer cultura, mas principalmente na cana-de-açúcar, a ação climática chega até a 72% no desenvolvimento da planta. Os outros 28% ficam a cargo de outros fatores, como a fertilização.

“Por isso, as condições do clima têm que ser muito bem entendidas pelo produtor. Caso contrário, pode entrar em determinado tipo de aventura”, diz.

Exemplo da influência do clima – cada vez mais oscilante - sobre a cultura canavieira pode ser observado nos últimos anos. Em 2014, foi muito seco. Em 2015, em fevereiro, concluiu-se que, pela estiagem registrada no ano anterior até aquele momento, deveria haver uma safra com menos cana. Mas o que aconteceu nos meses seguintes, inclusive em maio e junho? Muita chuva. As usinas, que em grande parte postergaram o início da safra, tiveram sobra de cana e o resultado foi grande volume de cana bisada.

“Já em 2016 , em março e abril, nas usinas em que eu estava foi a última época de quebra-lombo. Mas no plantio de maio, junho, julho e agosto não teve a necessidade de fazer o quebra-lombo, porque o canavial não vinha se desenvolvendo a contento, por conta de temperatura baixa. Por consequência, a absorção de nutrientes e de água reduzida.”

No decorrer deste ano, houve outro inconveniente climático: em determinados canaviais, a cana estava exuberante, mas fina e com perda de peso. Isso advindo da radiação fotossintéticamente ativa.

Já no Piauí, Demattê identificou outro cenário. “Onde o clima é semiárido, com temperatura elevada de janeiro a janeiro, há produção de cana com oferta de água e sistema de irrigação. O resultado é que estamos atingindo 230 t, 250 t por hectare em areia quartzosa.”

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