Seleção criteriosa de variedades garante produtividade e longevidade no canavial
Márcio Aurélio Pitta Bidoia, engenheiro agrônomo do Programa Cana IAC, compartilhou, durante o Dia de Campo promovido pelo Grupo RAS (antes Agropecuária Bandeirantes), em sua fazenda em Colina - SP, sua experiência com seleção de variedades de cana-de-açúcar na região de Ribeirão Preto - SP.
Ele destacou que o verdadeiro foco da produção não deve estar apenas no TCH (Toneladas de Cana por Hectare) ou no ATR (Açúcares Totais Recuperáveis), mas sim na combinação de ambos. Como exemplo, citou a variedade IACSP01 5503, que apresentou excelente desempenho com 22 toneladas de açúcar por hectare, o dobro da média observada em usinas da região.
Além da produtividade, Bidoia enfatizou critérios essenciais para a longevidade do canavial, como o bom perfilhamento no plantio e na soqueira, porte reto e resistência a falhas. Segundo ele, falhas no número de perfilhos por metro podem comprometer a performance do canavial ao longo dos anos, principalmente em plantios mecanizados. “A cana que tomba compromete a colheita mecanizada, causa falhas e reduz a qualidade da matéria-prima entregue à usina”, alertou.
Outro ponto destacado foi a importância da adaptação da variedade ao ambiente de produção. O engenheiro agrônomo ressaltou que clima e solo influenciam diretamente na incidência de doenças como ferrugem e carvão, e que o correto manejo pode permitir o uso contínuo de variedades mesmo diante de desafios sanitários. “Não se descarta uma boa variedade por um problema pontual. Às vezes, basta mudar o ambiente ou adotar um controle adequado. O segredo está em saber escolher a variedade certa para o lugar certo”, concluiu.